Por um instante de luz

Quando, às vezes, paramos para rever o nosso portefólio fotográfico, é impossível não ficarmos surpreendidos pelas inúmeras situações e aventuras pelas quais já passámos. No momento, nem sempre têm propriamente piada, mas o resultado acaba sempre por compensar. E o mais interessante é quando há momentos que, por algum motivo, se tocam em aventuras tão distintas. Tal como acontece com as fotos que hoje evocamos.

Lapa Verde — Serra da Arrábida

Luz
© Espiral do Tempo / Paulo Pires

Um enigmático feixe de luz pelo qual penámos bem ao explorar — com todo o apoio e orientação do espeleólogo Rui Francisco — grutas fantásticas na Serra da Arrábida, Setúbal. No caso específico desta fotografia, tivemos que descer às entranhas da terra, até à Lapa Verde, através de um incrível complexo de galerias, de pequenos lagos escondidos, de rochas de formas variadas, de texturas diferentes e de cores incrivelmente puras.

Fomos uns verdadeiros heróis. Algumas horas intensas e dores de costas depois, conseguims alcançar o nosso fascinante destino. Aos olhos dos leitores, não sabemos se o feixe de luz que descobrem nesta foto vos parece real. Mas é mesmo real. No entanto, é preciso chegar lá a uma hora muito específica (já ficou esquecida…) e com uma predisposição que vos ajude a apreciar  aquele lugar. Este momento ficou bem guardado na nossa memória. Não foi fácil. Mas foi muito especial.  Tudo por relógios Rolex.

Lagoa do Capitão — Pico — Açores

Luz: Lagoa do Capitão
Lagoa do Capitão, Pico. © Espiral do Tempo / Paulo Pires

Mais recentemente, numa inesquecível aventura nos Açores — acompanhados pelo fotógrafo Nuno Sá e pelos distinguidos no Passatempo Fotográfico Oris Mar Português — , descobrimos os poderosos efeitos de luz que, ao nascer do sol, dão cor ao Pico, quando contemplado a partir da Lagoa do Capitão. Para tal, como nos contou o nosso fotógrafo Paulo Pires, foi preciso madrugar, claro, e esperar com toda a calma do mundo. Aquela calma que quem gosta em especial de fotografia e de fotografar conhece muito bem.

Infelizmente, nem de perto, nem de longe, estiveram reunidas as condições para a imagem ideal: ausência de vento, água da Lagoa em espelho e sem qualquer nuvem no céu. Aliás, aconteceu tudo exatamente ao contrário… Ainda assim, temos de  assumir que ficámos  muito satisfeitos com o resultado.

Ambas estas fotos, mostram mais um pouco do nosso mundo. São o exemplo de como, apesar de o nosso objetivo passar sempre por fotografar e enquadrar os relógios em cenários  especiais, a verdade é que, com fotos ou sem fotos bem conseguidas, acabamos por nos sentir constantemente privilegiados, pelos momentos que passamos.

Neste caso, valeu a pena cada minuto mais complicado para termos acesso a instantes de luz quase surreais.

E a Espiral do Tempo é isto também: instantes que ficam. ET_simb

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