O passado fim-de-semana assistiu ao primeiro Grande Prémio de Formula 1 da nova temporada e o impacto visual foi logo diferente com a implementação do patrocínio da TAG Heuer enquanto official timekeeper. Já há novos relógios comemorativos e perspetivam-se mais.
Ano novo, vida nova na Formula 1 — apesar de haver também um regresso. O Grande Prémio da Austrália, que teve lugar em Melbourne no passado fim-de-semana, foi a primeira corrida de 2025 no calendário da disciplina máxima do desporto motorizado e foi notório o novo visual decorrente do multimilionário patrocínio da TAG Heuer assinado pelo grupo LVMH: viam-se logótipos e menções um pouco por todo o lado, juntamente com relógios gigantes evocativos da linha original Formula 1 lançada nos anos 80 e que no ano passado teve uma edição reminiscente em tiragem limitada com a Kith que deu muito que falar.
Será que a TAG Heuer vai ressuscitar essa primeira geração do Formula 1 para criar uma nova fasquia de primeiro preço com relógios coloridos em material sintético e com movimentos de quartzo que seja mais acessível ao bolso dos entusiastas? Afinal de contas, estaria a replicar, quatro décadas depois, a estratégia que esteve por trás do lançamento do próprio Formula 1 — que foi o primeiro relógio a ostentar o novo logótipo após a junção da empresa tecnológica TAG (iniciais de Techniques d’Avant-Garde) com a marca relojoeira Heuer, em 1985… há precisamente 40 anos. E há já muitos aficionados a desejar que tal aconteça, numa era em que as micromarcas e certas colaborações têm apresentado modelos muito cool a um preço extremamente convidativo.
Entretanto, a TAG Heuer apresentou uma ramificação da linha Formula 1 completamente nova com o lançamento dos novos cronógrafos durante a LVMH Week realizada em janeiro. Numa visita recente à sede da marca, em La Chaux-de-Fonds, conversámos com Nicholas Biebuyck — Heritage Director da TAG Heuer — sobre a estratégia por trás da criação dessa nova tipologia cronográfica e a retoma da ligação oficial à rainha das disciplinas motorizadas.
«Foi excelente termos lançado um cronógrafo automático completamente em titânio com um design completamente novo e luneta em carbono forjado à volta dos 4.500 euros, um preço muito bom para o produto. Claro que as pessoas se lembram de que a linha Formula 1 tinha um preço muito apetecível e que foi para muita gente o relógio de entrada no mundo da relojoaria suíça. Mas continuaremos a ter cronógrafos de quartzo enquanto alargamos a nossa oferta», diz Nicholas Biebuyck. «Temos a sorte do Julien, o nosso designer principal, ser um grande apaixonado pelos desportos motorizados e adorar relógios — os novos cronógrafos automáticos Formula 1 têm códigos de design muito cool e pormenores nunca usados antes, com discos dos travões, padrões axadrezados e tudo mais. Não queremos estar a encher exageradamente os relógios com motivos do mundo do desporto motorizado, mas a equipa fez um excelente trabalho ao integrar todos esses detalhes».
A opção da TAG Heuer foi mesmo apresentar cronógrafos completamente novos com elementos inéditos, embora seguindo as pisadas do passado. A caixa foi redesenhada para evocar as linhas aerodinâmicas dos carros de F1 com o formato a evocar a dianteira — enquanto a luneta, pontuada por microperfurações, é uma referência aos discos de travão e os indexes também fazem lembrar a parte da frente dos bólides. «A estrutura da caixa também está muito bem conseguida. Tem 44 milímetros, mas sem asas convencionais; a integração da bracelete faz com que o relógio fique com uma forma muito elegante, assentando particularmente bem no pulso», sublinha Nicholas Biebuyck.
A TAG Heuer otimizou a distância de um lado ao outro da caixa para maior conforto no pulso, mas também deu atenção ao perfil da estrutura em titânio para maior fluidez de linhas. Há também a opção pelo revestimento DLC nas versões pretas, que reforça uma estética urbana e desportiva que combina bem com as braceletes em cauchu. O novo Formula 1 Automatic Chronograph está disponível em quatro versões caraterizadas por cores vibrantes e uma edição especial dedicada à Oracle Red Bull Racing.
Mais de meio século de F1
Com ligação à Formula 1 desde 1969 através do embaixador Jo Siffert e institucionalmente ligado a escuderias desde 1971 (primeiro com a Ferrari, depois com a McLaren e agora com a Oracle Red Bull Racing), a TAG Heuer foi selecionada para Cronometrista Oficial do Campeonato do Mundo de Formula 1 pela primeira vez em 1992. Está de regresso em 2025… e os novos Formula 1 Automatic Chronograph foram preparados nesse contexto.
«Claro que não há coincidências. Termos lançado os novos cronógrafos Formula 1 em janeiro têm a ver com o patrocínio que começa este ano. Já temos uma programação estabelecida para exibições históricas um pouco por todo o mundo, centradas em cinco pontos emblemáticos: o Autavia de Jo Siffert, primeiro piloto a usar o logo Heuer num carro de Formula 1 em 1969; a parceria com a Scuderia Ferrari em 1971, o lançamento do Monza em 1976 para celebrar o título do Nikki Lauda e o regresso da Ferrari aos triunfos, a estreia da linha Formula 1 em 1986 e o S/El do inesquecível Ayrton Senna logo depois. Ao longo do presente ano vamos enviar conjuntos de peças e artigos emblemáticos da associação à Formula 1 para todas as boutiques TAG Heuer, incluindo a de Lisboa. Temos muitos projetos para celebrar a ligação histórica da TAG Heuer à Formula 1».
A história da associação da TAG Heuer à Formula 1 é impressionante. Com um currículo desportivo vocacionado para a cronometragem que começou no início do século XX, a TAG Heuer foi a primeira marca a ter o seu logotipo num carro de Formula 1 em 1969, a primeira a patrocinar uma equipa de Formula 1 em 1971 e conta com 239 vitórias, 613 pódios, 9.471 pontos, 11 títulos mundiais de construtores e 15 títulos mundiais de pilotos.
Míticas assinaturas
A TAG Heuer conta no seu acervo com várias peças que ostentam a assinatura de lendários circuitos (Silverstone, Jarama) e carismáticos campeões (como as edições limitadas em homenagem a Ayrton Senna e Juan Manuel Fangio) e alguns modelos de coleção ficaram definitivamente associados a pilotos — como o Autavia a Jo Siffert, o Silverstone a Clay Regazzoni e o S/El a Ayrton Senna.
Mas muitos outros campeões do mundo da era dourada da Formula 1 usaram relógios da marca no pulso, incluindo Jochen Rindt, Ronnie Peterson, Emerson Fittipaldi, Jacky Ickx, Gilles Villeneuve, Alain Prost, Jacques Villeneuve, Michael Schumacher, Mika Häkkinen, Fernando Alonso, David Coulthard, Juan Pablo Montoya, Kimi Räikkönen e Hamilton Lewis — sem esquecer o atual campeoníssimo, Max Verstappen, que procura revalidar o seu título em 2025… no ano em que a ‘sua’ marca de relógios se tornou (novamente) oficial timekeeper da Formula 1.
