Jaeger-LeCoultre Rendez-Vous Night & Day nos jardins da Casa da Cerca

A Casa da Cerca, em Almada, é um lugar de recantos e de encantos. Um lugar mágico que vive ao sabor da história e que nos oferece vistas maravilhosas sob o Tejo e Lisboa. E foi pelos jardins deste lugar que andámos a deambular recentemente. Com um Rendez-Vous Night & Day da Jaeger-LeCoultre.

Rendez-Vous da Jaeger-LeCoultre

Jaeger-LeCoultre Rendez-Vous Night & Day
© Espiral do Tempo/ Paulo Pires
Casa da Cerca
© Espiral do Tempo/ Paulo Pires

A linha Rendez-Vous foi lançada em 2012 pela Jaeger-LeCoultre e representa um marco na história da Grande Maison. Assumidamente femininos e recuperando com certezas a leveza do formato redondo, os relógios Rendez-Vous  representaram de imediato um verdadeiro sucesso. Um sucesso que foi permanecendo ao longo dos anos. Os últimos dados que nos foram revelados (no passado mês de janeiro), indicavam que a linha Rendez-Vous, a linha Reverso e a linha Master estavam equiparadas em termos de vendas, a nível mundial. Se tivermos em conta que neste bolo estão englobados tanto modelos masculinos, como modelos femininos, não deixa de ser muito curioso. Esta relação de dados dá mesmo que pensar.

Jaeger-LeCoultre Rendez-Vous Night & Day.
© Espiral do Tempo/ Paulo Pires

Em 2014, publicámos na Espiral do Tempo (número 46), um artigo dedicado em exclusivo a esta coleção. Na altura, Lucie Paschke, que esteve por  trás da criação deste relógio de pulso, referiu-nos que a aceitação mundial do Rendez-Vous se devia, por um lado, ao timing certo (o lançamento coincidiu com o Jubileu da Rainha de Inglaterra, com a associação da linha a Diane Kruger e com o Shanghai Film Festival), mas também ao facto de se tratar de um produto muito forte, disponibilizado em vários tamanhos e materiais com diversos mecanismos. Por outro lado, Lucie destacava também a combinação aço/diamantes muito apelativa e a um preço interessante. Desde então a coleção não parou de crescer. Com modelos cada vez mais convidativos tanto técnica, como esteticamente.

Rendez-Vous Night & Day e a Casa da Cerca

Jaeger-LeCoultre Rendez-Vous Night & Day
© Espiral do Tempo/ Paulo Pires
Jaeger-LeCoultre Rendez-Vous Night & Day
© Espiral do Tempo/ Paulo Pires

Para um passeio pelos jardins da Casa da Cerca, selecionámos um Rendez-Vous Night & Day (Ref. Q3432490) da vertente que a marca designa como Jewellery & Complications. Geralmente, fazemos o exercício contrário: escolhemos um determinado relógio e depois selecionamos um lugar que, na nossa opinião, vai ao encontro da personalidade desse relógio. Neste caso, selecionámos, primeiro, o lugar e, só depois, o relógio que nos iria acompanhar.

Não houve grande discussão, para ser sincera. Em pleno verão, estava mais do que decidido que deveria ser um jardim; em cima da mesa estava um espaço caro a alguns dos membros da redação; as características do relógio a escolher, tendo em conta o espaço, também eram consensuais: teria de ser um relógio feminino, romântico, com conteúdo, um relógio inspirador e ligado às artes.

Jaeger-LeCoultre Rendez-Vous Night & Day.
© Espiral do Tempo/ Paulo Pires

O Rendez-Vous Night & Day que escolhemos não poderia ser mais romântico. O relógio ostenta uma caixa de 36 mm de diâmetro em ouro rosa, pontuada por fileiras de diamantes na  lateral. O mostrador em madrepérola oferece dois níveis decorativos, com o centro emoldurado por um discreto círculo de diamantes. Ligeiramente acima das 6 horas, uma pequena abertura destaca a indicação dia/noite, com os elementos caraterísticos de ambos os momentos do dia — lua/estrelas e sol. A bracelete bege em pele de aligátor resulta na perfeição.

Na perfeição resultou também este casamento Rendez-Vous/ Casa da Cerca. As fotos falam por si, mas vale a pena descobrir mais para além dos motivos estéticos.

História

Jaeger-LeCoultre Rendez-Vous Night & Day
© Espiral do Tempo/ Paulo Pires
Casa da Cerca
© Espiral do Tempo/ Paulo Pires

Tal como a Jaeger-LeCoultre, a Casa da Cerca — originalmente Quinta ou Palácio da Cerca — é um lugar com história: é considerado um dos mais característicos exemplares de arquitetura civil setecentista da cidade de Almada. De acordo com o Portal do Jardim, uma das possíveis origens do nome está na proximidade a uma das cercas da zona mais antiga da cidade que assegurava a defesa desde a Idade Média.

Jaeger-LeCoultre Rendez-Vous Night & Day
© Espiral do Tempo/ Paulo Pires

Entre as diversas curiosidades que lhe estão associadas, destaque para o facto de, também segundo o Portal do Jardim, este solar ter servido de aquartelamento ao regimento de Junot, sediado em Almada, durante as Invasões Francesas. Depois, acabou por passar por vários proprietários, até ser completamente abandonada.

Jaeger-LeCoultre Rendez-Vous na Casa da Cerca
© Espiral do Tempo/ Paulo Pires
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© Espiral do Tempo/ Paulo Pires

Após o 25 de Abril de 1974, a Casa foi ocupada por serviços do Hospital de Almada e, mais tarde, já em 1988, «o edifício e os cerca de 14.000 m² de área envolvente foram adquiridos pela Câmara Municipal de Almada, no intuito de preservar o património histórico da cidade. Entre Fevereiro de 1992 e Junho de 1993 o edifício, e parte das suas zonas exteriores, foram alvo de obras de recuperação comparticipadas por fundos comunitários, sendo, em 1996, classificado como Imóvel de Interesse Público», lê-se no site oficial da Casa da Cerca.

Hoje em dia, a Casa da Cerca surge como equipamento incontornável no domínio da promoção e incentivo às artes, bem como lugar de destaque para um passeio ou um ponto estratégico de acesso à sempre intensa vista sob o Tejo, com a cidade de Lisboa como pano de fundo.

Artes

Jaeger-LeCoultre Rendez-Vous Night & Day
© Espiral do Tempo/ Paulo Pires

Sabemos bem como a Jaeger-LeCoultre é uma marca que aprecia o mundo das artes. Por um lado, faz-se ver nas suas múltiplas associações ao mundo do Cinema (mundo de eleição, sem dúvida), mas por outro lado, a relação com as designadas métiers d’art leva os artesãos a criar peças incríveis nas mais diversas vertentes. O caso dos relógios femininos não é exceção. O Reverso, ao longo dos tempos, tem servido de tela para surpreendentes trabalhos decorativos, da esmaltagem, à pintura, passando pela cravação ou pela gravação. No entanto, a coleção Rendez-Vous também não deixa de surpreender. E muito menos o Rendez-Vous com o qual passámos a manhã.

Jaeger-LeCoultre Rendez-Vous Night & Day
© Espiral do Tempo/ Paulo Pires
Jaeger-LeCoultre Rendez-Vous Night & Day
© Espiral do Tempo/ Paulo Pires

Os vários níveis de enquadramento da madrepérola no mostrador surgem como alguns dos detalhes a apontar. Mas também todo o trabalho de cravação associado aos diamantes (ao todo são 175 diamantes de 1,33 ct distribuídos entre caixa, luneta e mostrador). Como o mostrador é branco e a caixa é de ouro rosa, os diamantes fazem com que todo o relógio brilhe intensamente; este efeito é ainda mais acentuado quando a luz do sol incide — e, nesse campo, tivemos sorte. Contámos com um fantástico dia de sol e há zonas nos jardins da Casa da Cerca especialmente iluminadas.

Jaeger-LeCoultre Rendez-Vous Night & Day
© Espiral do Tempo/ Paulo Pires

Foi precisamente o domínio das artes que também nos levou a associar o Rendez-Vous Night & Day à Casa da Cerca. Com efeito, em 1993 este lugar estreou-se enquanto Centro de Arte Contemporânea: um projeto cultural de «promoção de acções empenhadas no aprofundamento da investigação e da divulgação da arte contemporânea», como podemos ler no site. O objetivo passa pela «ampla divulgação das Artes Plásticas, privilegiando o Desenho, através da realização regular de exposições (individuais, colectivas e temáticas) bem como um conjunto de actividades paralelas daí decorrentes.»

Jaeger-LeCoultre Rendez-Vous Night & Day
© Espiral do Tempo/ Paulo Pires
Jaeger-LeCoultre Rendez-Vous Night & Day
© Espiral do Tempo/ Paulo PIres

Depois, há um aspeto muito interessante — a associação das Artes Plásticas à Natureza faz efetivamente parte da atividade cultural inerente a este centro, através d’O Chão das Artes, um belíssimo jardim botânico, inaugurado em 2001.

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© Espiral do Tempo/ Paulo Pires

O jardim inclui distintas áreas — estufa, o herbário, anfiteatro ao ar livre — e está organizado em seis zonas: Mata, Pomar das Gomas, Jardim dos Óleos, Jardim das Telas, Jardim dos Pigmentos e Jardim dos Pintores. Aqui encontram-se espécies botânicas cujos componentes vegetais dão origem a materiais de criação artísticas. Esta interessante vertente vai-se descobrindo à medida que se explora o espaço e dá bem para ver que não se trata de um lugar parado. Ali sente-se verdadeiramente esta ligação arte/botânica um pouco por todo lado. Há dinâmica, há realizações, há muita vida, há trabalhos expostos, recantos para desenhar, segredos para desvendar e muito para partilhar.

Jaeger-LeCoultre Rendez-Vous Night & Day
© Espiral do Tempo/ Paulo Pires
Jaeger-LeCoultre Rendez-Vous Night & Day
© Espiral do Tempo/ Paulo Pires

 Paisagem

Jaeger-LeCoultre Rendez-Vous Night & Day
© Espiral do Tempo/ Paulo Pires

Uma das particularidades da Casa da Cerca passa pela espantosa vista. Com uma localização privilegiada no topo de uma imensa falésia, em Almada Antiga, a Casa vê os seus jardins debruçarem-se sobre o sempre espantoso cenário que é o rio Tejo e a cidade de Lisboa. Lá em baixo, mesmo em baixo, fica o Cais do Ginjal por onde deambulámos neste mesmo dia…

Jaeger-LeCoultre Rendez-Vous Night & Day
© Espiral do Tempo/ Paulo Pires
Jaeger-LeCoultre Rendez-Vous Night & Day
© Espiral do Tempo/ Paulo Pires

Estar aqui a forçar relações de paisagem com as maravilhosas surpresas de Le Sentier não faz qualquer sentido. São lugares e contextos diferentes. Mas a verdade é que o Rendez-Vous resulta fotograficamente em contexto de natureza e tendo como cenário paisagens de cortar a respiração. Claro que, enquanto o usei, posso dizer que também resultou muito bem no pulso. Falamos de um relógio com uma dimensão confortável de caixa, com um mostrador aberto que permite ver horas sem esforço (até porque os numerais contrastam inequivocamente com o mostrador branco).

Jaeger-LeCoultre Rendez-Vous Night & Day
© Espiral do Tempo/ Paulo Pires

Recentemente, numa entrevista, disseram-me que, mesmo sem darmos conta, há alturas em que a idade já começa a pesar (mesmo que não queiramos…) e que os relógios com pouco contraste de elementos ou indicações demasiado reduzidas podem não ajudar muito nessa leitura.

Jaeger-LeCoultre Rendez-Vous Night & Day
© Espiral do Tempo/ Paulo Pires

Nesta medida, temos de concordar que um relógio Rendez-Vous se destina a qualquer pessoa que aprecie um relógio especial, elegante, com detalhes, e que, por acaso, até sirva o propósito de ver as horas — apesar de tudo, um relógio ainda serve para isso. E, admito, neste caso, o contraste de elementos, bem como o amplo mostrador contribuem para uma legibilidade, sem grandes obstáculos.

Os segredos

Jaeger-LeCoultre Rendez-Vous Night & Day
© Espiral do Tempo/ Paulo Pires

Tal como os jardins da Casa da Cerca, o Rendez-Vous Night & Day da Jaeger-LeCoultre guarda ainda mais segredos: o relógio está equipado com um movimento mecânico de corda automática (Calibre JLC 898a), com 43 horas de reserva de corda e uma frequência de oscilação de 28.800 alternâncias/ hora. O fundo tem vidro de safira e permite, por isso, ver o movimento — com destaque para a massa oscilante em ouro rosa – recortada e com o logo da marca evocativo da âncora.

Jaeger-LeCoultre Rendez-Vous Night & Day
© Espiral do Tempo/ Paulo Pires

A bracelete bege, em pele de aligátor, é complementada com um fecho de báscula em ouro rosa, condizente com a caixa, e, na minha opinião, além de fazer deste um relógio ainda mais especial, arriscaria também a dizer, que o torna ainda mais versátil.

Tudo neste Rendez-Vous Night & Day são pormenores a que devemos dar atenção. É natural que, em plena reunião de trabalho ou em pleno jantar, se distraia a contemplar precisamente esses pormenores. Dos ponteiros em ouro rosa, à indicação dia/ noite, passando pelas diversas fileiras de diamantes, pela elegância da caixa (o diâmetro e a espessura são muito equilibrados e o peso é bem simpático) e até pela delicada coroa com ranhuras. Depois (ou antes) o nível de acabamentos — algo que faz tanta diferença, quando se trata de uma manufatura de peso, no seio da alta-relojoaria suíça. O conselho é simples: deixe-se levar porque vale a pena. Ainda para mais quando se trata de um relógio muito confortável.

Jaeger-LeCoultre Rendez-Vous
© Espiral do Tempo/ Paulo Pires

Quando, em 1993, a Casa da Cerca foi apresentada enquanto Centro de Arte Contemporânea, essa apresentação contou com uma exposição de desenhos de Amadeo de Souza-Cardoso. Foi o princípio de um projeto em grande e que tem vindo a crescer não só no domínio das exposições de artistas plásticos, como também na organização de eventos, workshops e diversas outras iniciativas de promoção das artes. Foi o lugar perfeito para descobrir o Rendez-Vous? Sem dúvida. É um lugar perfeito para descobrir o mundo das artes. Também. Surge como um lugar de sonho, ideal para passear e descontrair. Sempre.

Jaeger-LeCoultre Rendez-Vous Night & Day
© Espiral do Tempo/ Paulo Pires

Para quem não conhece, é importante saber que ali vai encontrar ainda uma Capela com azulejos setecentistas, uma Cisterna antiga, um Parque de Escultura, um anfiteatro ao ar livre, um centro de documentação e informação, bem como um auditório. Claro que não podemos esquecer dos diferentes espaços expositivos no interior do próprio solar.

Casa da Cerca
© Espiral do Tempo/ Paulo Pires

Quanto ao relógio fica a nota que o seu próprio nome, Rendez-Vous, é um convite ao encontro e à descoberta.  Neste caso, ao encontro entre relojoaria e joalharia, de acordo com Lucie Paschke. É um relógio-joia. Mas é mais relógio do que joia. E com muita personalidade. Da mesma forma que o espaço que nos acolheu, falamos de um relógio de pulso que merece ser encarado com respeito, com tempo. Merece ser apreciado, com calma. Mas merece também ser usado todos os dias.

Jaeger-LeCoultre Rendez-Vous
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 Galeria de fotos: Casa da Cerca/ Almada

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