A F.P. Journe anunciou Alexis Fruhauff como o vencedor da edição de 2025 da Young Talent Competition, uma iniciativa de apoio a novos talentos relojoeiros promovida em parceria com a The Hour Glass. O relojoeiro francês recebeu o prémio no passado mês de abril pelo seu Pendule à Seconde.
Alexis Fruhauff foi anunciado como o vencedor da Young Talent Competition, uma iniciativa anual que distingue jovens relojoeiros com projetos realizados de forma independente, promovida em parceria com a The Hour Glass. O relojoeiro francês de 29 anos recebeu o prémio no passado mês de abril na manufatura F.P.Journe, em Genebra, pelas mãos do próprio François-Paul Journe e de Michael Tay, diretor-geral do The Hour Glass, graças ao seu Pendule à Seconde.
Entre o passado e o presente
O Pendule à Seconde resulta de um projeto de três anos levado a cabo por Alexis Fruhauff paralelamente aos anos de estudo no Lycée Diderot, em Paris. O jovem relojoeiro concebeu o relógio a partir do zero e criou mesmo as ferramentas necessárias para a sua execução, à boa maneira da relojoaria puramente tradicional. Aliás, o objetivo central com esta criação foi reinterpretar elementos tradicionais, mas numa perspetiva contemporânea.
A inspiração principal veio do trabalho dos relojoeiros franceses Antide Janvier (por quem sente grande admiração) e Paul Garnier, depois foi combinar elementos tradicionais e modernos e superar dificuldades. O resultado traduz-se num relógio de pêndulo ajustável com movimento suspenso e tambores duplos montados simetricamente numa configuração de Cruz de Malta, que refletem a filosofia dos cronómetros de marinha da Breguet para superar o sistema de fuso-corrente e alcançar a força constante necessária para um escape à detent. Por outro lado existem elementos como os pinos maquinados na liga Hardiall®, que oferece autolubrificação, leveza e excelente resistência ao desgaste.
A caixa é de madeira maciça de cerejeira e foi feita com o apoio do especialista Lorcan Ménard e os elementos mais decorativos de Louis Leforestier. Do relógio saltam à vista o movimento suspenso, bem como o peculiar mostrador em anéis descentrados, com as horas e minutos indicadas no anel inferior e os segundos num anel superior.
Para o jovem relojoeiro, a motivação para a continuidade do projeto era encontrada nas pequenas coisas e no desejo de ver a concretização de cada etapa: «Tinha o profundo desejo de criar um objeto que fosse fiel aos meus valores. A minha personalidade ajuda-me: gosto de levar as coisas até ao fim. Apesar das dificuldades e dos fracassos, era cada sucesso, cada peça bem acabada que me fazia querer continuar. Tudo era uma experiência de aprendizagem. Refazer pontes de engrenagens com vários meses de intervalo permitiu-me ir medindo o meu progresso. E depois de tudo maquinado, só me apetecia fazer a montagem e ouvir os primeiros tiques/taques.»
A distinção
O trabalho de Alexis Fruhauff foi selecionado por um júri que incluiu nomes como os mestres Philippe Dufour, Andreas Strehler, Giulio Papi, Marc Jenni, Michael Tay, a jornalista Elizabeth Doerr e o próprio François-Paul Journe. Entre os critérios encontram-se a execução técnica, a complexidade da construção, a qualidade dos acabamentos e o sentido de estrutura e proporção. Como prémio, o jovem relojoeiro levou para casa um diploma e uma bolsa de 50.000 francos suíços que destinados à aquisição de ferramentas ou ao desenvolvimento de um projeto futuro.
Além dos promotores da iniciativa e de alguns membros do júri, na cerimónia de entrega do prémio de 2025 também estiveram presentes vencedores de edições anteriores.
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