Após recuperar o seu clássico modelo Delphis e reinterpretá-lo de maneira contemporânea, a Chronoswiss acaba de lançar mais uma espetacular versão — com uma refrescante combinação cromática bem ajustada ao período estival: o Delphis Sub Zero.
Quarenta anos depois do lançamento do hit Blue Monday, dos New Order, e numa segunda-feira estival de elevadas temperaturas, sabe bem uma proposta relojoeira refrescante. Como o Delphis Sub Zero, da Chronoswiss — que se inspira no frio do gelo eterno.
Essa inspiração é personificada por uma caixa de aço inoxidável azul revestida com CVD (Chemical Vapor Deposition) e complementada por uma bracelete em cauchu azul, em contraste com um mostrador estratificado de secções contrastantes. Já é tradição da Chronoswiss aproveitar a versatilidade da técnica CVD para celebrar tons vibrantes através de um sofisticado processo que, em fase gasosa, permite revestimentos precisos e uniformes — otimizando durabilidade, resistência e coloração.
Complementando o azul da caixa e da bracelete, o mostrador tricolor remete para o original conceito Delphis lançado pela Chronoswiss nos anos 90 através de uma impressionante combinação cromática e decorativa. O mostrador superior curvo e o submostrador guilhoché à mão do Sub Zero são meticulosamente trabalhados para refletir o fascínio eterno das águas geladas, numa audaz interação de design e mecânica que inclui um indicador analógico de minutos retrógrados e um disco digital que apresenta horas saltantes.
Clássico moderno
A nova geração do Delphis tornou-se na vedeta principal vedeta da Chronoswiss, a partir do seu lançamento na primavera do ano passado. Qualquer companhia relojoeira que tenha um interessante portefólio gosta de puxar pelos galões e reeditar ou mesmo reinterpretar emblemáticos modelos que se destacaram pela diferença ou marcaram uma época — e a Chronoswiss teve múltiplos ex-libris lançados entre os anos 80 e a década de 90 que contribuíram para a exaltação da relojoaria mecânica face ao então dominante quartzo. Como o Régulateur, o Delphis ou o Opus Chronograph. O Opus Chronograph regressou ao catálogo há cinco anos e a coleção tem estado sobretudo assente em variações modernas e variadas do Régulateur ao longo da última década. Em 2023, o Delphis veio juntar-se-lhes para puxar para si as preferências generalizadas da crítica.
E com razão, porque a nova geração do Delphis tem todas as valências para se confirmar como a estrela da companhia. Sem ser mais uma mera cópia retrospetiva destinada a satisfazer saudosistas. O Delphis original do início da década de 90 destacava-se pela maneira tripartida como apresentava o tempo num mostrador monocromático: uma janela digital para horas saltantes às 12h, com um ponteiro retrógrado dos minutos que retrocedia instantaneamente a zero na escala após cumprir o 59º minuto e um submostrador de pequenos segundos. Tornou-se rapidamente num relógio galardoado com vários prémios para se estabelecer como um dos ícones da Chronoswiss sob a batuta do fundador, Gerd-Rüdiger Lang.
Três décadas depois, Oliver Ebstein (atual proprietário da marca) e a sua equipa do atelier em Lucerna foram buscá-lo para o relançar de maneira completamente distinta. Ou seja, é um clássico reeditado com um twist significativo que lhe dá uma personalidade completamente distinta. Primeiramente com o Delphis Oracle em ouro no Watches and Wonders do ano passado, projetando cor e volume a um nível completamente diferente do original. Manteve-se tanto a nomenclatura como a configuração de horas digitais saltantes, minutos retrógrados e pequenos segundos… mas a personalidade é decididamente diferente, mais atrevida, mais pujante.
Personalidade glaciar
Das múltiplas declinações para já existentes da nova geração do Delphis, há umas de espírito mais tropical e outras de aura mais glaciar, como sucede com o Sub Zero. O mostrador surge dividido em várias secções de tons distintos (preto, prateado, azul) que salientam as diferentes maneiras de mostrar as três principais unidades diárias do tempo — horas numa janela, minutos numa escala retrógrada e segundos num submostrador circular. Confecionado de maneira convexa, o mostrador é especialmente complicado de fabricar e apresenta um acabamento em guilloché elaborado à mão; a decoração em guilloché é uma imagem de marca que remonta aos primórdios da Chronoswiss e os mostradores dos modelos ‘modernos’ são trabalhados com o recurso a máquinas seculares.
O Delphis Sub Zero assenta numa caixa de 42mm com um fundo transparente (e o fundo transparente foi uma contribuição crucial da marca para o renascimento da relojoaria mecânica) que proporciona vista direta para o Calibre C.6004, um movimento de corda automática com 55 horas de autonomia que foi especialmente desenvolvido pela La Joux-Perret para a Chronoswiss. Foi introduzido em 2023 e distingue-se pelo rotor de tungsténio, revestimento em ruténio e acabamento radial Côtes de Genève.
Variações e declinações
O Delphis Sub Zero apresenta o trunfo suplementar de ser herdeiro de um dos principais ícones da Chronoswiss — e de ser valorizado por uma tiragem limitada a somente 50 exemplares.
Haverá muitas outras versões em aço e ouro, como já houve múltiplas variantes lançadas neste seu primeiro ano de vida — como o Delphis Oracle, o Delphis Venture e o Delphis Paraíba que apresentamos anteriormente. Atualmente, estão disponíveis o Delphis Dracula, o Delphis Horizon e o Delphis Dune, com cores para todos os gostos. Igualmente importante é a decisão da firma de Lucerna em passar também a declinar futuramente o novo protagonista da sua coleção num diâmetro mais contido de 40mm. Cá estaremos para acompanhar a evolução do Delphis nos tempos mais próximos.