Um quarteto de modelos de diferentes estilos recentemente lançados pelas respetivas marcas: dois coloridos cronógrafos suíços e dois relógios monocromáticos alemães.
À medida que se aproxima o final do ano, as marcas relojoeiras intensificam os seus lançamentos para beneficiarem do élan natalício. A escassos dias do arranque de mais uma edição da Dubai Watch Week e correspondente enxurrada de novidades, aqui fica um interessante poker em destaque na atualidade relojoeira:
Raymond Weil Freelancer x Basquiat Special Edition
Enquanto a maior parte das marcas tem ligações desportivas e militares, a Raymond Weil — que na passada quinta-feira recolheu um galardão no Grand Prix d’Horlogerie de Genève — sempre se virou mais para a música e as artes. E a sua mais recente edição limitada está intimamente associada a um artista contemporâneo que já entrou para a lenda: o neo-expressionista Jean-Michel Basquiat, que começou por ganhar fama na cena artística de Nova Iorque e na entourage de Andy Warhol. Trata-se de um relógio surpreendente, divertido, vibrante e icónico que está carregado de cores, símbolos e pictogramas.
Tradicionalmente, a linha Freelancer da Raymond Weil apresenta cronógrafos de três contadores — mas as edições limitadas ostentam a configuração clássica dos aficionados: submostradores às 3 e às 9h com data às 6h. O Freelancer x Basquiat Special Edition assenta na caixa do Freelancer 7780 Chronograph, com 43,8mm de diâmetro por 13,7mm de espessura, mas a estrutura é de titânio e tanto a coroa como os botões têm um revestimento em PVD para maior contraste. De resto, trata-se de um autêntico festival Basquiat: a coroa e os botões apresentam simbologia típica do artista, a luneta de cerâmica preta com taquímetro é pintalgada com cores primárias e o mostrador acaba por ser uma autêntica tela — a coroa às 12h usada para representar a luta de classes, o dinossauro Pez, uma espiral, vida, morte, humanidade. O fundo com vidro de safira inclui a assinatura do artista e revela o Calibre RW5030 (base Sellita SW510 BH), com 56 horas de autonomia. Um mimo.
Preço em Portugal: 4.995€
Singer Reimagined Flytrack Cocktail Timer
Historicamente, as três mais populares escalas utilizadas nos mostradores dos cronógrafos são o taquímetro, o pulsómetro e o telémetro… mas a Singer Reimagined, em parceria com os colecionadores do Fine Watch Club, idealizou um cronógrafo ideal para a happy hour com uma colorida graduação barista!
O Calibre AG6364 do Flytrack Cocktail Timer assenta mecanicamente no extraordinário movimento cronográfico AgenGraphe que o fundador da Singer Reimagined, Marco Borraccino, mostrou pessoalmente aos aficionados portugueses aquando de um Encontro Espiral do Tempo em janeiro de 2020, e que o mestre Jean-Marc Wiederrecht revelou pessoalmente à equipa de reportagem da Espiral do Tempo aquando de uma visita ao seu atelier Agenhor, também em 2020. Ou seja, a disposição da ação cronográfica assume protagonismo relativamente à indicação do tempo, através do disco rotativo na periferia. Uma delícia.
O preço: sob consulta
Junghans Max Bill Automatic Bauhaus
A Junghans está intimamente ligada ao designer Max Bill através de uma filosofia estética comum e uma influência notória nascida de uma histórica parceria na década de 50 do século passado. Mas, com o novo Max Bill Automatic Bauhaus, a marca germânica optou por dar um rumo completamente diferente a essa influência estilística — num relógio completamente preto, cortado apenas pelo verde luminescente nas bolas dos quartos de hora e pelos ponteiros vermelhos sobre um mostrador negro mate. Ou seja, um ícone completamente adaptado à atualidade.
É incrível como, sete décadas depois, a escola Bauhaus continua a influenciar o design através do seu minimalismo e do mote ‘a forma segue a função’; no novo Max Bill Automatic Bauhaus é exatamente isso o que acontece. Com 38mm de diâmetro e 10mm de espessura (muito bem disfarçada através da tradicional arquitetura da Junghans), é um notável exercício de estilo numa caixa em aço com tratamento PVD mate. O Calibre J800.01 de corda automática assenta no ETA 2824-2. Um regalo.
Moritz Grossmann Tefnut
A Moritz Grossmann é um dos melhores exemplos de alta-relojoaria saídos de Glashütte e, na atualidade, o novo Tefnut de mostrador prateado por fricção à mão está à altura dos seus pergaminhos: proporções perfeitas, beleza clássica, espírito intemporal. A novidade tem a ver com o mostrador com uma estrutura mate aveludada que é confecionada através de uma técnica do século XIX que foi passada de geração em geração, assente numa pasta que inclui pó de prata, sal, creme tártaro e água que é depois escovada até que a superfície fique ligeiramente granulada.
É necessária uma extrema sensibilidade para o acabamento final do mostrador e só uma mão cheia de especialistas conseguem levar a cabo a missão, mas o fim justifica os meios e os mestres — a beleza torna-se ainda mais evidente quando a luz incide sobre o Tefnut, que inclui no mostrador o logótipo histórico M. Grossmann de 1875, algarismos árabes e submostrador para os segundos. A caixa de 39mm está disponível em aço ou ouro rosa e alberga o Calibre 102.1 de corda manual, decorado à boa maneira da Saxónia. Uma maravilha.
