Watch Art Grand Exhibition 2019: o mundo da Patek Philippe em Singapura

Em Singapura | A Watch Art Grand Exhibition 2019 é uma exposição  dedicada ao mundo da Patek Philippe. Inaugurada no passado dia 28 de setembro, distribui-se por 1800 metros quadrados em dez salas dedicadas a diferentes facetas da marca relojoeira – sendo, por isso, o maior evento do género alguma vez organizado pela casa genebrina. A exposição está patente no Sands Theatre do Marina Bay Sands, em Singapura, e termina no próximo dia 13 de outubro.

Uma das mais sofisticadas cidades do mundo é atualmente palco de uma exposição dedicada a uma das mais consagradas marcas de relojoaria. A uni-las existe uma história que pode ser conhecida através das próprias peças expostas. Falamos de Singapura, da Patek Philippe e da Watch Art Exhibition que inaugurou no passado dia 28 de outubro, no Sands Theatre, do incontornável Marina Bay Sands.

Efetivamente, quando visitámos a exposição, um pouco por toda a cidade de Singapura, era bem visível a força do evento. Do aeroporto ao hotéis, passando por automóveis ou fachadas de edifícios, o cartaz promocional em vermelho bem forte ou a referência à exposição dava a entender que algo de relevante estava a acontecer. Esta divulgação também se fez ver em edições anteriores. A Watch Art Grand Exhibition é promovida desde 2012, tendo arrancado no Dubai e depois passado por cidades como Munique em 2013, Londres em 2015 e Nova Iorque em 2017.  A diferença face aos outros anos reside na dimensão, uma vez que a edição de 2019 da exposição surge como o maior evento do género alguma vez organizado pela marca; claro que o facto de ter como tema central Singapura e o Sudeste Asiático também contribui para a sua singularidade. E existem razões muito específicas para a escolha de Singapura como palco da exposição.

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A referência à Watch Art Grand Exhibition Singapore 2019 está referenciada um pouco por toda a cidade. © Cesarina Sousa / Espiral do Tempo
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A Watch Art Grand Exhibition tem lugar no Sands Theatre do Marina Bay Sands em Singapura. © Cesarina Sousa/ Espiral do Tempo

Porquê Singapura?

«Singapura e o Sudeste Asiático são de primordial importância para a Patek Philippe, não só pelos seus muitos colecionadores e conhecedores, como também pela sua paixão pela mais fina relojoaria, fino artesanato e a mais bela relojoaria mecânica. A riqueza da sua cultura, numa mistura de património e modernidade, vão ao encontro da nossa tradição de inovação. A próspera cidade-estado de Singapura tornou-se indispensável como centro a partir do qual distribuímos os nossos relógios pela região do Sudeste Asiático», referem Philippe Stern e Thierry Stern (presidente honorário e presidente da marca) no catálogo da exposição.

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A zona do Sudeste Asiático tornou-se, desde este ano, o primeiro mercado mundial para a Patek Philippe. © Cesarina Sousa/ Espiral do Tempo
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Os bonitos Gardens by the Bay em Singapura. © Cesarina Sousa / Espiral do Tempo

Já Jerome Pernici, diretor comercial e de marketing da Patek Philippe, revelou-nos um pouco mais: «A zona do Sudeste Asiático, da região de Tailândia, Singapura, Malásia, Indonésia, Filipinas e Vietname, tornou-se, desde este ano, o primeiro mercado mundial para a Patek Philippe. Desde 1839 que os Estados Unidos eram o primeiro mercado mundial da Patek Philippe e este ano é a primeira vez que a zona se tornou no mercado número 1. Falamos de seis países e de 600 milhões de pessoas, pelo que não se pode comparar bem com o mercado americano.»

Desta forma, os 1800 metros quadrados de exposição, divididos por dez salas temáticas acabam por ser não só uma forma de dar a conhecer melhor o mundo da marca e das as suas criações, como de perceber um pouco a ligação da Patek Philippe a esta região, tendo em conta a sua importância atual para a casa genebrina, como a sua importância histórica.

A exposição

A Watch Art Grand Exhibition foi inaugurada no passado dia 28 de setembro no Sands Theatre do Marina Bay Sands e estará patente até ao dia 13 de outubro – com entrada gratuita, mas que requer marcação prévia. A exposição está organizada em dez salas temáticas que contemplam uma área total de 1800 metros quadrados e nela podemos encontrar o mundo Patek Philippe sob diferentes perspetivas.

Como tem sido habitual, a marca lançou, em especial para o grande evento, relógios em edição limitada – seis ao todo –  que estarão disponíveis apenas para o mercado do Sudeste Asiático. O tom vermelho (grande tendência relojoeira neste ano de 2019) descobre-se em quatro dos modelos lançados, tendo em conta que, simbolicamente, para esta região, o vermelho representa a vida, a alegria e a sorte. Já a grande estrela foi mesmo o Minute Repeater Tourbillon 5303, limitado a 12 exemplares.

Quanto à exposição em si, claro que tem muito para explorar – partindo de uma perspetiva histórica e encerrando com um espaço dedicado à cidade que recebe o grande evento.

Comecemos então pelo hall de entrada: ali somos surpreendidos de imediato por uma enorme instalação suspensa composta por flores de papel de diferentes cores, inspiradas na plumeria, uma flor característica de Singapura. Também ali somos confrontados com uma réplica da fachada do edifício histórico da Patek Philippe, em Genebra, e é aqui o ponto de partida da exposição. Seguimos, desta forma, para a sala do cinema, um espaço onde é apresentado um filme que contextualiza historicamente a marca suíça. Quem não conhece a casa genebrina ou quem quiser saber um pouco mais, tem assim uma oportunidade de descobrir as suas origens, partindo naturalmente da história isolada dos seus fundadores, Antoni Patek e Jean Adrien Philippe. Neste momento inicial da exposição, podemos também contemplar alguns esboços emoldurados ligados ao passado da marca.

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Ponto de partida e ponto de chegada: o hall de entrada e a zona dedicada a peças que fazem a ponte com a cidade que recebe o evento estão decoradas com arte em papel. © Cesarina Sousa / Espiral do Tempo
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Depois da sala onde é exibido um filme dedicado à história da Patek Philippe, seguimos para a exibição propriamente dita. Do lado direito, alguns esboços antigos relacionados com o passado da marca. © Cesarina Sousa/ Espiral do Tempo
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A planta da Watch Art Grand Exhibition Singapore 2019: uma exposição dedicada ao mundo da Patek Philippe. À direita, perspetiva da sala dedicada aos movimentos atualmente em produção pela casa genebrina.  © Cesarina Sousa / Espiral do Tempo

E da história, passamos para o presente. Ao entrarmos na segunda sala descobrimos um espaço evocativo da receção do salão do edifício Rue du Rhône de Genebra com expositores que contemplam os relógios que atualmente integram a coleção Patek Philippe. Expostas estão também quatro das novidades apresentadas: o 5930 World Time Chronograph, o 7234 Calatrava Pilot Travel Time, o 5167 Aquanaut e o 5067 Aquanaut Luce. Seguimos depois para a Sala Napoleão, que contempla a simulação de uma vista panorâmica do Lago de Genève, e que serve de transição para uma visita ao Museu Patek Philippe sem necessidade de nos deslocarmos a Genebra.

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Alguns modelos que integram a atual coleção da Patek Philippe. © Cesarina Sousa/ Espiral do Tempo
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Duas das edições especiais Patek Philippe criadas para esta exposição: (à esq.) 5930 – World Time Chronograph; (à dta.) 5167 Aquanaut.
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A história do encontro de Antoni Patek e Jean Adrien Philippe contada em breves minutos com cenário animado. © Cesarina Sousa/ Espiral do Tempo
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Moisés: um relógio de bolso com autómato, atribuído a DuBois & Fils e datado de 1815. © Cesarina Sousa / Espiral do Tempo

Sendo assim, neste espaço são apresentadas diversas peças históricas que fazem parte do espólio da casa genebrina e que nos oferecem uma interessante perspetiva sobre o mundo da relojoaria, contemplando não só relógios que advêm já desde o século XVI, como modelos assinados Patek Philippe. Também ali, temos a oportunidade de redescobrir o Calibre 89 (peça lançada em 1889 no âmbito dos 150 anos da marca), de admirar o Star Caliber 2000, criado para dar as boas vindas ao novo milénio, ou os maravilhosos relógios World Time, como a Ref. 1415 HU ou ainda o primeiro relógio de pulso da marca – um relógio de senhora de 1868 o qual já tínhamos tido oportunidade de contemplar há cerca de um ano, aquando do lançamento, em Milão, do novo Twenty~Four Automatic. A cereja no topo do bolo é um filme animado com motivos em papel dedicado ao encontro de Antoni Patek e Jean Adrien Philippe e a exibição de alguns documentos associados à invenção de um sistema para dar corda ao relógio sem chave, tão intimamente ligado à história da marca.

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O Calibre 89 foi apresentado pela Patek Philippe em 1989 para assinalar o 150º aniversário da marca. © Cesarina Sousa / Espiral do Tempo
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O Calibre 89 foi apresentado pela Patek Philippe em 1989 para assinalar o 150º aniversário da marca. © Cesarina Sousa / Espiral do Tempo
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(à dta.) S0897 – The Celestial Vault, um relógio pendente de cerca de 1670, com calendário e indicação das fases da Lua (movimento Henry Harpur). © Cesarina Sousa / Espiral do Tempo
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Documentos históricos sobre a invenção do sistema de dar corda sem chave. Jean Adrien Philippe foi premiado por esta invenção em 1845. © Cesarina Sousa / Espiral do Tempo
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Alguns belíssimos exemplares expostos que nos mostram bem as técnicas decorativas que fazem tão parte do ADN da marca. © Cesarina Sousa / Espiral do Tempo
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Aqui em detalhe: nota especial para os relógios em forma de coração, com repetição de minutos e autómato musical. Feitos para o mercado chinês, atribuídos a Jean-Abraham Lissignol (pintura e esmaltagem) e com movimento Piguet & Meylan Cerca de 1815. © Cesarina Sousa / Espiral do Tempo
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(à esq) Um relógio com movimento E.M. Ruegger alusivo à Confederação dos 22 Cantões, datado de cerca de 1830. (à dta) Um relógio com óculos para assistir a espetáculos de ópera, datado de cerca de 1850. © Cesarina Sousa / Espiral do Tempo

Seguimos depois para a área dedicada às artes decorativas (as designadas rare handcrafts), uma faceta incontornável da Patek Philippe. Ali, podemos apreciar devidamente bonitos exemplares decorados com diferentes técnicas artesanais, e assistir ao vivo à demonstração de algumas dessas mesmas técnicas, nomeadamente esmaltagem, guilhoché, marqueterie com madeira e gravação. Presente, como tem sido habitual nas diversas edições da Watch Art Grand Exhibition, estava a artista Anita Porchet – que tem vindo a ser distinguida nos últimos anos e que tem sido responsável pela criação de bonitos mostradores da marca suíça.

Do lado mais artístico e artesanal, seguimos para um espaço que contempla a extensa gama de movimentos que fazem parte da atual produção da Patek Philippe; mais à frente encontra-se ao a sala das grandes complicações na qual estão expostos alguns dos mais complexos e inovadores relógios da marca. Para ajudar a compreender a faceta mais técnica, estão disponíveis mestres relojoeiros que convidam os visitantes a observar atentamente o funcionamento interno de relógios mecânicos, bem como uma secção que permite aos visitantes obter um conhecimento mais aprofundado e prático sobre a engenharia dos calibres.

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(à esq.) Dois modelos Calatrava com mostrador em marqueterie. Os motivos são o dragão, o símbolo de forças naturais mais importante para o Sudeste Asiático, e a Fénix. Estes relógios foram lançados em edição limitada. (à dta) Ambiente da área dedicada às artes decorativas. © Cesarina Sousa / Espiral do Tempo
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Na área dedicada às artes decorativas estão presentes artesãos que apresentam os meandros do seu trabalho: em causa está a esmaltagem, gravação, guilloché e marqueterie. © Cesarina Sousa / Espiral do Tempo
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Watch Art Grand Exhibition Singapore 2019: demonstração de trabalhos de esmaltagem. © Cesarina Sousa / Espiral do Tempo

Por fim, regressamos ao hall de entrada na qual se encontra a sala de Singapura, em tributo a Singapura e ao Sudeste Asiático – com a nota de que este ano se celebram os 200 anos desde a fundação moderna da cidade-estado, ao passo que a Patek Philippe celebra 180 anos de história. Sendo assim, a marca celebra Singapura enquanto ponto de encontro de importantes rotas e ponto importante na relação entre culturas. Desta forma, também fazendo referência ao Sudeste Asiático como um todo, nesta parte da exposição são apresentados cronologicamente relógios modernos e antigos ligados a esta região ao lado de marcos-chave na história de Singapura. Esta secção da exposição é decorada por obras de arte em papel criadas pelo Studio Marianne Guely e inspiradas na riqueza da flora, fauna, tradição, artesanato, cultura e diversidade daquela zona.

Uma grande parte dos relógios expostos distingue-se claramente pela riqueza decorativa, com destaque para trabalhos em esmalte com motivos evocativos da cultura que este ano deu vida à exposição. Aliás, é importante realçar que a região do Sudeste Asiático, além de nutrir especial gosto por relógios com grandes complicações técnicas e complicações úteis (nomeadamente os modelos com função de calendário anual e função de travel time muito procurados por clientes mais jovens), aprecia em particular as designadas rare handcrafts – como explicou Deepa Chatrath, diretora geral da Patek Philippe-South East Asia, salientando ainda a importância da Watch Art Grand Exhibition 2019: «Eu acho que esta região é jovem, tem 600 milhões de pessoas, e tem parceiros e uma cultura de retalho de relojoaria muito forte. Ao longo dos últimos 40 anos, os nossos parceiros de retalho têm caminhado connosco no sentido de cultivar o conhecimento da relojoaria mecânica, mas apenas através de uma loja não é possível refletir aquilo que realmente somos; para tal temos de levar as pessoas até Genebra. Por isso, esperamos que uma exposição desta dimensão, pode contribuir para aumentar o interesse por relojoaria mecânica e todos são beneficiados – não apenas a Patek Philippe – e é possível perceber também as mudanças fundamentais da Patek Philippe.»

O convite fica feito.

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A Watch Art Grand Exhibition 2019 encerra com uma área dedicada em exclusivo ao Sudeste Asiático e aqui é possível perceber o especial gosto que os clientes desta região nutrem pelas designadas ‘rares handcrafts’. © Cesarina Sousa / Espiral do Tempo
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Ainda o corredor dedicado a relógios ligados a Singapura, como porta de entrada para a Ásia. Muitos foram cedidos por colecionadores privados. © Cesarina Sousa/ Espiral do Tempo
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Nesta imagem, destaque para os dois relógios pendentes em forma de pêssegos, datados de cerca de 1810. © Cesarina Sousa / Espiral do Tempo

Visite o site oficial da Patek Philippe para mais informações.

[ A Espiral do Tempo viajou a convite da Patek Philippe]

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