Nazaré – Foi dia de peregrinação à Nazaré. E foi, sobretudo, uma ensolarada jornada em que corajosos cavaleiros do mar tentaram cavalgar as mais violentas ondas. No final, a vitória do australiano Jamie Mitchell foi premiada com um Aquaracer da TAG Heuer. Aqui fica o rescaldo e o registo fotográfico.
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A TAG Heuer recuperou em 2015 o mote ‘Don’t Crack Under Pressure’ que se tinha tornado lendário no final dos anos 80/inícios da década de 90 e que tão bem carateriza as exigências psicológicas do desporto de alta competição — e esse lema esteve aplicado de modo perfeito na jornada de realização da etapa do WSL Big Wave Tour 2016 na Nazaré. Sim, estava um maravilhoso dia de inverno cheio de sol e não se verificaram aquelas condições dantescas que frequentemente acontecem por esta altura do ano, mas as ondas foram suficientemente grandes e violentas para atemorizar o mais corajoso dos surfistas. Mas eles foram à luta e, apesar de acabarem o dia fisicamente afetados pelas continuas tareias aplicadas pelas montanhas de água, não sucumbiram à pressão — nem ao vagalhame.
A Nazaré tem estado na crista da onda de há uns anos para cá, passando de um spot escolhido por conhecedores puros e duros para um nível de reconhecimento que já faz da pitoresca vila piscatorial um local de culto internacional. Esse estatuto saiu reforçado com a entrada no circuito Big Wave promovido pela World Surf League — a inclusão num qualquer calendário oficial da entidade que tutela uma atividade desportiva é sempre uma excelente via para chegar a ainda mais público e a municipalidade da Nazaré tem sabido apostar da melhor maneira para aproveitar as suas condições geográficas únicas, regenerando ao mesmo tempo a sua oferta turística. E tudo muito por culpa daquela famosa onda cavalgada por Garrett McNamara há uns anos.
Hoje em dia, Garrett McNamara é um nazareno de adoção e uma figura nacional que não só já foi capa da nossa revista Espiral do Tempo como também se tornou embaixador da TAG Heuer. A própria TAG Heuer patrocina o circuito profissional de surf (WSL) e a sua variante Big Wave. Pelo que não pôde deixar de estar presente na Nazaré — nem nós. E ainda bem, porque a jornada foi mesmo memorável.
Após muitos dias de espera, ficaram finalmente reunidas as condições necessárias para o evento (as ondas!) nesta passada terça-feira, 20 de dezembro. O sol brilhou durante todo o dia, mesmo que as temperaturas não fossem elevadas (à volta dos 5 graus). E a visibilidade foi excelente. Garrett McNamara, ligado à organização do evento, esteve no mar — não a surfar, mas a puxar os seus colegas para as ondas na zona do chamado ‘Canhão da Nazaré’ que produz as ondas que se abatem em direção à Praia do Norte.
A partir do emblemático Farol da Nazaré, observámos a primeira bateria que, ao fim da manhã, apurou os integrantes da final realizada ao início da tarde. E também tirámos as obrigatórias fotografias de relógios que a ocasião exigia — com os Aquaracer em destaque, ou não fosse a linha da TAG Heuer mais vocacionada para as atividades aquáticas.
No final, os finalistas foram premiados com um Aquaracer de parede e o campeão da primeira edição do Nazaré Challenge recebeu o cronógrafo Aquaracer 300M — Jamie Mitchell somou 23,94 pontos na final, muito à frente dos restantes; em segundo, o brasileiro Carlos Burle conseguiu um total de 13,00… mais 2,16 do que o português João de Macedo, que chegou a meio da cerimónia da entrega de prémios porque precisou de alguma assistência médica para recuperar do esforço.
Mas houve outro representante luso entre os finalistas: António Silva sofreu muito com a dureza do mar e só amealhou 0,20 pontos, ficando atrás do brasileiro Pedro Calado (9,34) e norte americano Nic Lamb (3,00).
Jamie Mitchell exultou com a conquista do título e reconheceu que a sua experiência foi fundamental para a vitória: «Estou realmente muito feliz. Este mar é muito muito imprevisível, mas consegui usar o meu conhecimento para alcançar um grande resultado. Foi um nível acima, foi sobrevivência, foi muito pesado. Mas não podia estar mais contente», disse.
O João ‘John’ de Macedo reconheceu o desgaste provocado pelo mar da Praia do Norte. «Quando puxamos assim pelo nosso corpo e pelo nosso espírito, é natural que o corpo pague e, de alguma maneira, foi o que aconteceu. Estou a sentir-me bem, só estou um bocado zonzo porque estive muito tempo de baixo de água e levei com muitas ondas na cabeça», confessou.
Também António Silva se mostrou contente, apesar de a final não lhe ter corrido da melhor maneira: «Estou vivo, estou bem e vou para casa. Foi a minha primeira etapa de sempre e cheguei à final. Provavelmente, deve ser a etapa mais mediática das Big Waves». As imagens difundidas para todo o mundo e as nossas próprias imagens comprovam-no. E contamos regressar no próximo ano… 
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