Já é tradição: a cada edição do Estoril Classics no Autódromo do Estoril, a Cuervo y Sobrinos lança uma edição limitada no âmbito da categoria Historic Endurance. Mas outros relógios e muitos bólides clássicos se viram ao longo de um autêntico festival que celebrou a história do desporto motorizado.
A mais recente edição do Estoril Classics voltou a não defraudar, para mais abrilhantada pela gloriosa meteorologia que caraterizou um notável fim-de-semana comemorativo da história do automobilismo — com bancadas bem recheadas, o paddock a fervilhar de entusiasmo e 40 mil espetadores registados ao longo do evento. O rugido dos motores determinou a banda sonora de um museu ambulante que rodou em elevada rotação e os aficionados deleitaram-se com lendários bólides distribuídos pelas várias categorias em compita; o programa da nona edição abrangeu seis décadas de desporto motorizado e reuniu múltiplas disciplinas das corridas de automóveis clássicos, embora a corrida para monolugares de Fórmula 1 até 1986 tenha arrebatado natural protagonismo. No plano relojoeiro, a protagonista foi a Cuervo y Sobrinos.

O Estoril Classics tem atraído as máquinas e as competições de clássicos mais importantes do mundo ao circuito do Estoril, tendo-se tornado paragem obrigatória no roteiro de qualquer Gentleman Driver e dos aficionados de automóveis de tempos idos. E como existe uma ligação umbilical entre o desporto motorizado e a relojoaria mecânica, viram-se no autódromo excelentes relógios no pulso dos visitantes e sobretudo as novidades da Cuervo y Sobrinos em exibição no stand da marca — com destaque para o novo Historiador Historic Endurance em edição limitada, bem secundado pelos novos cronógrafos Historiador Heritage do catálogo regular.

Na nona edição do Estoril Classics, a Cuervo y Sobrinos voltou a sobressair tanto pela ligação oficial à corrida de Historic Endurance como pelo número de pilotos embaixadores da marca suíça de origem cubana — que tanto gosta de sublinhar o lema ‘Swiss Manufacture, Latin Heritage’ para sublinhar a combinação entre os movimentos de origem helvética (sejam eles calibres contemporâneos ou históricos recuperados para edições especiais) e um perfume latino distinto do que é habitual ver-se nas companhias suíças mais tradicionais.

A origem da Cuervo y Sobrinos é cubana e remonta a 1882, quando Ramón Fernández Cuervo — um imigrante espanhol vindo das Astúrias — passou a ter a companhia dos seus sobrinhos na gestão da sua reputada joalharia/relojoaria. Em 2008, a marca inaugurou uma emblemática sede nas margens do pitoresco Capolago, no cantão de Ticino, bem no sul da Suíça (perto da fronteira com a Itália); e em 2009 reabriu a boutique em Havana, a par de um museu dedicado à história da firma.

E a linha Historiador tem muito a ver com história e herança, servindo de plataforma ideal para os modelos associados ao patrocínio da categoria Historic Endurance nas corridas de clássicos.
Historic Endurance 2025
A linha Historiador rapidamente se tornou na mais dominante do catálogo da Cuervo y Sobrinos desde que foi criada, em 2012, para celebrar o 130º aniversário da marca — e facilmente se associa às corridas de clássicos porque é formada por relógios de fragrância rétro condizente com a respetiva inspiração histórica, embora mostrando uma faceta moderna: a arquitetura típica das asas de gota dos anos 40 e 50 é estilizada segundo padrões mais contemporâneos.

Naturalmente, a linha Historiador — composta por cronógrafos e modelos de três ponteiros, como o novo Asturias Pequenos Segundos — tornou-se na mais adequada para simbolizar o patrocínio da Cuervo y Sobrinos ao campeonato ibérico de Classic Endurance, que tem trazido a Portugal (autódromos de Portimão e do Estoril) algumas das mais famosas máquinas de corrida do século passado. E que deu origem a uma edição limitada anual associada ao evento.

A primeira edição, estreada em 2023, apresentava uma configuração bicompax contrastante entre um fundo de tom verde British Racing Green e submostradores prateados; a segunda edição, em 2024, foi denominada ‘Estoril’ e evocava as cores preto e dourado do célebre Lotus de Ayrton Senna quando ganhou o seu primeiro Grand Prix precisamente no Autódromo do Estoril. Este ano, a tonalidade escolhida entre a Cuervo y Sobrinos e a Importempo (distribuidora da marca em Portugal e que celebra 30 anos em 2025) foi o azul — um azul escuro mate designado ‘Bali Blue’ e que se pôde ver em alguns Porsche 911 participantes no evento.

Como não podia deixar de ser, a base do novo Historiador Historic Endurance é a do cronógrafo Historiador, opção que se justifica naturalmente tendo em conta que a natureza da competição automóvel assenta em corridas contra o tempo. Mas com várias nuances relativamente à edição ‘verde’ de 2023 (com 40mm de diâmetro) e ‘preta’ de 2024 (de 42mm). A edição de 2025 lançada no passado fim-de-semana mantém a caixa em aço estanque a 50 metros e estilisticamente marcada pelas emblemáticas asas de gota — mas estreia um reformulado diâmetro de 41mm, adota uma nova proteção da coroa e regressa aos botões retangulares.

A grande novidade é a configuração tricompax vertical, com os dois totalizadores dos minutos e das horas num prateado contrastante (às 12 e 6h) e o submostrador dos pequenos segundos mais discreto, às 9 horas; a menção ‘Historic Endurance’ remete para o campeonato ibérico de resistência, pelo que a inscrição ‘Taquímetro’ na escala taquimétrica preta que calcula a média de velocidade aproxima as ortografias portuguesa e castelhana. A data surge numa discreta janela às 6 horas.

Outros elementos de estilo a destacar fazem parte da nova imagem da Cuervo y Sobrinos: o brasão do logótipo passa a surgir sempre a vermelho e o encarnado também está presente na ponta do ponteiro central dos segundos do cronógrafo. No fundo da caixa, e para além das gravações alusivas à edição limitada e numeração individual (01/76, sendo 1976 o ano limite da participação dos carros), a ilustração no vidro de safira revela o logótipo Historic Endurance e permite entrever o Calibre CYS 8129 de corda automática, assente no ETA 7750. Para reforçar o espírito racing, a correia preta em couro perfurado e pespontos brancos faz-se acompanhar de um fecho de báscula com o brasão da marca e afigura-se como complemento ideal para o relógio. O preço da nova edição limitada Historic Endurance situa-se nos 4.400 euros.

Os outros cronógrafos Historiador em destaque no Estoril Classics foram as duas sofisticadas versões do novo Heritage. Apresentam também uma caixa de 41mm com botões tipo cogumelo e uma configuração tricompax horizontal, em duas variantes de mostrador prateado ou preto com dois totalizadores contrastantes nas quais o dourado dos algarismos e dos ponteiros lhes confere uma personalidade mais quente e muito vintage. Os algarismos metálicos das horas são aplicados para dar relevo ao mostrador. A correia em pele de aligátor ajuda a tornar o conjunto mais sumptuoso e o movimento automático adotado é o Calibre L110 da La Joux-Perret. O preço do novo cronógrafo Heritage preto é de 5.200 euros e o de mostrador prateado é de 5.400, estando limitado a 82 peças.
Na pole position
No plano competitivo, o muito público que acorreu ao Autódromo do Estoril pôde vibrar com bólides lendários como o Lola T70, o De Tomaso Pantera ou o Porsche 908/3 — protagonistas de intensas corridas que evocaram um período épico da história do desporto motorizado. A demonstração de Fórmula 1, integrada nas comemorações dos 75 anos da disciplina máxima do automobilismo, emocionou os espetadores e foi sobretudo a corrida do Classic GP, para monolugares de Fórmula 1 até 1986, que levou o público ao rubro — com o japonês Yutaka Toriba, num Williams FW07C, a prevalecer diante de forte concorrência do McLaren MP4/1 e do Lotus 87B.

As restantes categorias proporcionaram um desfile de emoções e contrastes. Na 2.0 Litre Cup, dedicada aos Porsche 911 de dois litros idênticos aos que dominaram os circuitos nos anos 1960, a vitória coube à dupla Vincent Kolb/Max Moritz. No Classic Endurance Racing 2, reservado aos protótipos e GT de 1972 a 1981, Maxime Guenat levou o Lola T286 de 1976 à vitória. No Classic Endurance Racing 1, o triunfo foi para Armand Mille, num Lola T70. A demonstrar a sua supremacia entre os desportivos anteriores a 1966, assinando um pódio na The Gentlemen Challenge totalmente dominado pela marca britânica, Kyle Tilley triunfou ao volante do Lotus XV de 1960.

Após o êxito no Classic Endurance Racing 2, Maxime Guenat voltou a triunfar na Heritage Touring Cup (categoria dedicada aos grandes carros de turismo das décadas de 1970 e 8190) ao volante de um Ford Capri RS3100. O programa terminou com a Iberian Historic Endurance, vencida pelo alemão Christian Oldendorff num Ford GT40 e cujo triunfo foi recompensado com um relógio Historiador da Cuervo y Sobrinos.
Algumas caraterísticas técnicas:
Cuervo y Sobrinos
Historiador Cronógrafo ‘Historic Endurance’
Referência | 3141.1HEP, edição limitada a 76 peças
Ano de lançamento | 2025

Movimento | Corda automática Calibre CYS 8100, base Valjoux 7750, 27 rubis, 28.800 alt/h; massa oscilante personalizada com brasão, 48 horas de reserva de corda.
Mostrador | Azul ‘Bali Blue’ com dois totalizadores prateados contrastantes para as horas e minutos e pequenos segundos às 9 horas; escala taquímetrica na periferia. Janela para a data às 6h; ponteiros principais em forma de folha com material luminescente Super-LumiNova.
Funções | Horas, minutos, pequenos segundos, data, cronógrafo com contador de segundos, minutos e horas.
Caixa ø 41 mm | Aço inoxidável, espessura de 15,24mm; vidro de safira com dupla curvatura e revestimento antirreflexo; fundo transparente em safira, com o logo Historic Endurance no vidro; numeração individual 0/76 gravada; estanque até 50 metros.
Preço | 4.400 €