Lange à moda do Porto

No Porto — A Cidade Invicta e a manufatura germânica que não foi vencida mesmo após ser bombardeada no último dia da segunda Guerra Mundial. Aproveitámos a reunião ibérica da Lange & Söhne no Porto para passear sete magníficos relógios da marca por locais emblemáticos da capital nortenha; aqui fica o registo de uma jornada de vistas e relógios memoráveis.

Ultimamente tem-se repetido frequentemente que «o Porto está na moda». Com razão  está mesmo na moda. A Cidade Invicta tem andado polvilhada de turistas nos últimos tempos e mesmo em pleno outono se sente um fervilhar de gente que, apesar de parecer excessivo aqui e ali, tem emprestado uma auréola muito especial à capital do norte. E foi precisamente no ‘novo’ Porto que a Lange & Söhne resolveu fazer este ano a sua habitual reunião ibérica, reunindo alguns jornalistas para um dia excecionalmente bem passado e com excecional relojoaria à mistura.

Lange & Söhne no Porto
A melhor vista sobre a Invicta. © Espiral do Tempo / Miguel Seabra

Os responsáveis ibéricos da marca  Thibaut Pellegrin (Brand Manager para a Península Ibérica, França e Belux) e Lucia Toro (Marketing Manager), juntamente com a relações públicas Angeles Moya  assumiram o papel de anfitriões perante elementos da imprensa especializada portuguesa e espanhola que puderam estar em contacto com uma seleção de peças da manufatura de Glashütte durante uma ensolarada jornada à volta da cidade. A Espiral do Tempo não podia deixar de estar presente.

Lange & Söhne no Porto
O Zeitwerk e um relógio de sol encontrado na Graham’s. © Espiral do Tempo / Miguel Seabra

A intenção era a de associar alguns modelos Lange & Söhne a determinados locais do Porto e estabelecer alguns pontos de contacto simbólicos. Há um ano, eu já tinha passado três dias na cidade acompanhado de um relógio da marca para um projeto pan-europeu denominado ‘European Heritage’ em que vários jornalistas apresentavam uma cidade do seu país com um Lange 1 Time Zone no pulso; a iniciativa incluiu também Varsóvia, Paris, Oslo, Hamburgo, Londres e Haia  e devo confessar com orgulho que a fotorreportagem portuense foi considerada a melhor. Talvez tenha contribuído para que a reunião ibérica de 2016 se realizasse precisamente na Cidade Invicta…

A. Lange & Söhne no Porto
O Lange 1 Time Zone em ouro branco na Ponte Luiz I, em 2015 © Espiral do Tempo / Miguel Seabra

Desse artigo de há um ano, recupero uma imagem (em cima) tirada numa tarde de Outubro cinzenta e chuvosa no tabuleiro superior da Ponte Luiz I  que, a 385 metros acima do nível do Douro, tem claramente a melhor vista tanto para o Porto como para Vila Nova de Gaia. Felizmente, desta vez as condições meteorológicas estavam muito melhores. Passemos então ao relato da notável jornada.

Lange & Söhne no Porto
O fleumático Zeitwerk na agitada Ribeira. © Espiral do Tempo / Miguel Seabra

Começámos por tomar o pequeno-almoço num novo hotel de charme localizado na zona da Ribeira  o Maison Particulière, com somente alguns meses de vida, sendo-nos entregues os relógios com que iríamos passar o dia. A seleção apresentava-se interessante e eclética, liderada por duas obras-primas que estão precisamente entre os meus relógios preferidos da marca: o Zeitwerk (numa rara versão em platina) e o Datograph, juntamente com o Grand Lange 1 Moon Phase, o Saxonia Annual Calendar, o Lange 1 Time Zone, o  Richard Lange e o 1815. Supostamente, cada um de nós deveria andar com um relógio ao longo do dia; como não podia deixar de ser, passámos o dia a trocar de relógios entre nós. Tendo-me sido atribuído o mui nobre Datograph, até optei por começar com o Zeitwerk por se tratar de uma versão de platina em edição limitada e que rapidamente se esgotou; foi dele a minha primeira fotografia (em cima), quando descemos ao cais da Ribeira para apanhar o barco que nos levaria a dar uma volta pelo Douro. Antes disso, ainda houve tempo para o poisar na margem para uma imagem fora do pulso.

Lange & Söhne no Porto
O Zeitwerk posa na Ribeira com o Douro e Gaia como cenário de fundo. © Espiral do Tempo / Miguel Seabra

‘Puxei’ o Zeitwerk para mim porque é a minha linha preferida da A. Lange & Söhne, embora alguns puristas não a considerem tão representativa da manufatura saxónia como vários outros modelos de tradicional disposição analógica, desde o ex-libris Lange 1 até ao Datograph, passando pelas excecionais versões Pour le Mérite com fuso de corrente. Mas eu considero o Zeitwerk um relógio muito mais representativo da marca do que se possa pensar e a justificação é óbvia para mim: se o incontornável Lange 1 apresenta uma janela dupla para a data inspirada no relógio da Ópera de Semper, o Zeitwerk leva essa mesma inspiração histórica e estética para uma original indicação digital do tempo através da apresentação das horas e dos minutos saltantes em duas janelas.

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O Zeitwerk em descanso no deck do barco que nos passeou pelo Douro. © Espiral do Tempo / Miguel Seabra

Surgido em 2009, o Zeitwerk foi mesmo o primeiro relógio a apresentar horas e minutos com algarismos saltantes  e não através de discos deslizantes, como sucedeu sobretudo na década de 70 e com algarismos pequenos que não eram perfeitamente legíveis devido não só ao tamanho mas também ao ângulo de visão. No século XIX houve relógios de bolso com horas digitais em discos separados, mas o tempo era apresentado de modo vertical e a energia mecânica necessária provocava problemas de funcionamento. No Zeitwerk, os três discos necessários (um para as horas, dois para os minutos) requerem um consumo de energia tremendo, apenas possível graças a um tambor de corda patenteado com uma mola especialmente comprida e um mecanismo patenteado de força constante.

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O Calibre L043.1 do Zeitwerk. © Espiral do Tempo / Miguel Seabra

Na fotografia em cima, tirada na varanda do Restaurante Vinum das caves Graham’s, em Gaia, vê-se o Calibre L043.1 de corda manual  composto por 415 elementos e 68 rubis, dois dos quais inseridos em chatôns de ouro, destacando-se as partes gravadas à maneira de Glashütte personalizadas com o padrão único do gravador e a engrenagem de salto do tempo a cada minuto. O princípio de funcionamento do Zeitwerk inclui o normal avanço do tempo em incrementos no seu ponteiro dos segundos mediante o sistema de escape tradicional mas proporciona também um salto a cada minuto que pode fazer funcionar um, dois ou mesmo três discos no espaço de um mesmo intervalo  requerendo um mecanismo adicional que forneça uma quantidade bem maior de energia a cada 60 segundos para fazer avançar o(s) disco(s). A solução consistiu em direcionar a energia não para o sistema de escape mas para o escape de força constante, que retém a oscilação do balanço durante os 60 segundos para depois libertar a energia que faz saltar o(s) disco(s); o escape de força constante mantém o mesmo nível de tensão ao longo do arco da reserva de corda para uma superior precisão.

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O Zeitwerk com vista sobre o Porto e Gaia. © Espiral do Tempo / Miguel Seabra

O design verdadeiramente único do Zeitwerk acentuou o seu espírito pioneiro, com a coroa às 2 horas e sobretudo a sua ‘ponte do tempo’ central representada por uma peça em prata alemã (que inclui a abertura para as horas e os minutos e ainda os pequenos segundos) que até faz parte do movimento. O indicador de reserva de corda faz o contraponto estético relativamente ao submostrador dos segundos. Apesar de inovador, acho o Zeitwerk um clássico exemplo da relojoaria e do design germânicos  e a versão ‘essencial’ (como a que usei no Porto) foi depois complementada em 2011 com o Zeitwerk Striking Time que se faz ouvir à passagem da hora e do quarto de hora (que levámos a passear em Lisboa na nossa rubrica Watch My Skin) e o Zeitwerk Minute Repeater que em 2015 arrebatou galardões um pouco por todo o planeta.

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O Datograph num lugar ao sol, em Gaia. © Espiral do Tempo / Miguel Seabra

Mas também aproveitei para me deliciar com o meu ‘outro’ relógio preferido da marca  o Datograph, na sua atualizada versão Datograph Auf/Ab que é tanto ou mais cobiçada do que o modelo original de 1999 que já era considerado como um dos mais belos e desejados de sempre. Em 2012, a Lange & Söhne fez crescer ligeiramente o Datograph enquanto mantinha todo o sentido das proporções originais e juntou-lhe alguns aperfeiçoamentos técnicos a par de criteriosas alterações. O resultado foi o esperado: manteve-se o estilo e a elegância do antecessor. Como se pode constatar perfeitamente neste vídeo-clip que filmei do lado de Gaia com vista para a Ribeira e para a Ponte Luiz I.

As diferenças do Datograph Auf/Ab relativamente ao Datograph original prendem-se com o ligeiro crescimento da caixa em platina de 39 para 41 milímetros e a inclusão de um indicador de reserva de corda (daí o Auf/Ab germânico no nome) no mostrador preto de totalizadores argenté contrastantes. O aumento do tamanho manteve toda a elegância do primeiro Datograph, tal como o mostrador não foi afetado na sua harmonia  embora se eliminassem os algarismos romanos II, VI e X para se adotarem exclusivamente indexes aplicados em ouro rodinado para as horas; a janela dupla para a data tão característica da Lange & Söhne cresceu discretamente 4 por cento e o novo indicador da autonomia do mecanismo de corda manual (que aumentou um dia para um total de 60 horas) surge às 6 horas com a inscrição em alemão Auf/Ab (Vazio/Cheio).

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O Datograph com a Ponte D. Maria Pia ao fundo. © Espiral do Tempo / Miguel Seabra

O aumento da reserva de marcha está associado a um tambor de corda maior no Calibre L951.6  que manteve a estrutura arquitetónica do original Datograph (Calibre L951.1) que fez dele um dos mais belos mecanismos relojoeiros jamais construídos pelo homem. Trata-se de um calibre cronográfico flyback de roda de colunas com uma frequência tradicional de 18.800 alternâncias hora profusamente embelezado artesanalmente com decorações de alta relojoaria e padrões estéticos de Glashütte (gravação do galo do balanço, platina em prata alemã, anglage, chatôns de ouro, etc). O balanço e a espiral também são os mesmos manufaturados na Lange & Söhne que tinham sido estreados no Double Split.

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O Datograph nas caves Graham’s. © Espiral do Tempo / Miguel Seabra

Outro modelo que gostei de envergar no Porto foi o Grand Lange 1 Moon Phase. Já se sabe que o Lange 1 foi o primeiro relógio Lange da nova geração, apresentado pela A. Lange & Söhne em 1994 aquando da sua ressurreição após a asfixia da marca na sequência da Segunda Guerra Mundial e de quatro décadas de comunismo na Alemanha de Leste. Após a queda do Muro de Berlim, em 1990, bastaram quatro anos para que a fénix renascesse das cinzas e o Lange 1 marcou definitivamente a indústria relojoeira pelo nível de acabamentos e pela nunca antes vista data panorâmica num mostrador descentrado; em 2002, com a marca já sedimentada, surgiu a variante do Lange 1 com fases da lua no submostrador dos pequenos segundos. O Grand Lange 1 Moon Phase tem as fases da lua no submostrador das horas e dos minutos.

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O Grand Lange 1 Moon Phase em Serralves. © Espiral do Tempo / Miguel Seabra

Para além da nova solução estética, claro que há todo um conjunto de novidades técnicas associadas ao Grand Lange 1 Moon Phase comparativamente com o seu antecessor. A precisão das fases da lua é tal que só é necessário fazer uma correção daqui a 122,6 anos (mesmo que um botão encastrado na caixa permita ajustes rápidos); a associação do disco à rodagem das horas faz com que a sua rotação (obrigatoriamente lenta) seja contínua, em vez de ser por pequenos saltos; o revestimento do disco é patenteado pelo modo como reflete face à incidência de luz. E aqui está ele face a condições de luz não propriamente ideais, neste video-clip feito na Livraria Lello & Irmão  uma das mais antigas de Portugal (construída em 1906) e classificada como uma das melhores 5 no mundo por várias publicações, com a CNN a nomeá-la em 2014 como ‘a mais bonita do planeta’.

A Livraria Lello & Irmão tornou-se uma atração turística ainda maior a partir do momento em que surgiu nos filmes de Harry Potter. J.K. Rowling, a autora, vivia no Porto quando começou a escrever a saga de Harry Potter e conhecia muito bem a livraria; as escadarias de Hogwarts foram inspiradas nas que existem na Livraria Lello. Os jogos de luz proporcionados pelos vitrais do teto são mágicos e o ambiente é mesmo místico, como se pode constatar nesta imagem.

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O Lange 1 Moon Phase sob a cúpula da Livraria Lello & Irmão. © Espiral do Tempo / Miguel Seabra

A abertura para a indicação das fases da lua no Grand Lange 1 Moon Phase apresenta-se assim como claramente distinta da do Lange 1 Moon Phase para que o reconhecimento visual seja imediato, ao mesmo tempo que permite uma área maior para o disco lunar  elaborado em ouro com o tal revestimento patenteado que apresenta uma lua dourada de grande contraste acompanhada por 382 estrelas individuais… das quais a mais pequena tem um diâmetro microscópico de 0,07 mm! Aqui ficam mais fotografias, tiradas no Palácio da Bolsa.

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O Grand Lange 1 Moon Phase no Palácio da Bolsa. © Espiral do Tempo / Miguel Seabra
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Jogos de luz: o Lange 1 Moon Phase na escadaria do Palácio da Bolsa. © Espiral do Tempo / Miguel Seabra

O passeio de barco pelo Douro foi também uma experiência notável. O dia estava esplendoroso e subimos um pouco o rio até para lá da Ponte D. Maria Pia, com a sua estrutura de ferro a denotar claramente a influência de Gustave Eiffel. E depois regressámos rumo à Foz. Aqui está o sector ‘espanhol’ do grupo, com o francês Thibaut Pellegrin à esquerda.

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Um dia muito bem passado e com muitas fotografias de relógios. © Espiral do Tempo / Miguel Seabra

A viagem de barco representou uma excelente ocasião para fotografar o relógio da Lange & Söhne inspirado nos instrumentos de precisão  os cronómetros de marinha  que durante tanto tempo foram fundamentais para a navegação em mar alto: o Richard Lange. Já agora… sabiam que o Infante Dom Henrique, expoente máximo das Descobertas Portuguesas, tinha nascido no Porto?

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O Richard Lange entre Miragaia e a Foz. © Espiral do Tempo / Miguel Seabra

Chegámos mesmo à boca do Douro, com o Lawn Tennis Club da Foz  um clube de ténis que me traz tão boas recordações  à vista e bem perto do emblemático Farolim de Felgueiras. A torre de sinalização, com as suas listas, ofereceu o fundo pitoresco ideal para uma fotografia do 1815.

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Entre rio e mar: o 1815 na Foz do Douro. © Espiral do Tempo / Miguel Seabra

Chegámos a ver lá ao fundo, do lado direito, a nova maravilha arquitetónica que equipa o porto de Leixões. Mas não entrámos verdadeiuramente no mar; regressámos pelo rio e atracámos do lado de Gaia, para seguidamente subirmos até às caves Graham’s e conhecer a história por trás de uma das mais reputadas marcas de Vinho do Porto.

Fiz questão de procurar as colheitas de 1994. Afinal de contas, foi o ano em que a Lange & Söhne renasceu e iniciou o seu trajeto contemporâneo. E parece que esse ano também não foi nada mau para o vinho do Porto…

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In Vino Veritas: o 1815 e garrafa Porto Graham’s do ano do ‘renascimento’. © Espiral do Tempo / Miguel Seabra

Tirei mais umas fotografias com o 1815 no pulso antes de passarmos às provas de vinhos e depois para um aperitivo no varandim.

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O 1815 como parceiro ideal para as provas de vinho. © Espiral do Tempo / Miguel Seabra

Um dos pontos altos da jornada foi, sem dúvida alguma, o nosso almoço no varandim do restaurante Vinum que serve as caves Graham’s  com uma vista extraordinária para o Douro, Gaia, o Porto e a Ponte Luiz I lá ao fundo.

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Almoço de amigos e uma vista deslumbrante. © Espiral do Tempo / Miguel Seabra

Com uma tal vista, não se podia desperdiçar a oportunidade de tirar mais uns quantos wristshots  novamente com o Richard Lange, mas não só.

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O elegante Richard Lange no varandim do restaurante Vinum. © Espiral do Tempo / Miguel Seabra

Depois da lauta e bem regada refeição regressámos ao lado do Porto  mais precisamente à zona alta da Ribeira para visitar a Igreja de São Francisco. Embora de origem franciscana e, por isso mesmo, criada sem grande ostentação, com o passar do tempo o interior austero da igreja foi profusamente ornamentado com talha dourada (num total calculado à volta dos 300 quilos de ouro) para se afastar definitivamente da ‘pobreza franciscana’ e passar a apresentar um estilo declaradamente barroco.

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O Lange 1 Time Zone na Igreja de São Francisco. © Espiral do Tempo / Miguel Seabra

Foi a altura ideal para tirar umas fotografias com o Lange 1 Time Zone com caixa em ouro amarelo. Mesmo que a recolha de imagens no interior fosse teoricamente proibida! Por isso, não digam a ninguém…

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O Lange 1 Time Zone em ouro amarelo a combinar com a talha dourada. © Espiral do Tempo / Miguel Seabra

Depois seguimos rumo à Foz e à Fundação de Serralves, que é cada vez mais ponto obrigatório de passagem na Cidade Invicta. Pena é que na altura ainda não tivesse chegado a coleção de Miró. Demos um passeio pelos jardins e aproveitei para me dedicar ao Saxonia Annual Calendar.

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O Saxonia Annual Calendar e a Casa de Serralves. © Espiral do Tempo / Miguel Seabra

Mesmo à saída reparámos numas barbatanas de tubarão saídas do relvado. Três barbatanas tantas quantas os submostradores no Saxonia Annual Calendar. Mais uma vez ficou provado que os tubarões não são assim tão maus como os pintam: portaram-se bem e não nos atacaram, embora os nossos colegas espanhóis estivessem com algum receio…

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O Saxonia Annual Calendar com três predadores da relva em Serralves. © Espiral do Tempo / Miguel Seabra

Já estava a ficar tarde e supostamente deveríamos parar na Rotunda da Boavista para tirar algumas fotografias a um dos mais emblemáticos e polémicos edifícios portuenses  a Casa da Música, uma espécie de Cubo de Rubik irregular gizado por Rem Koolhas. Mas não quisemos arriscar chegar à Livraria Lello & Irmão, o nosso destino final antes do jantar, demasiado tarde.

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O Grand Lange 1 Moon Phase e a fachada da Livraria Lello. © Espiral do Tempo / Miguel Seabra

O jantar foi novamento do lado de lá do Douro, em Gaia  mais precisamente no restaurante do hotel The Yeatman, construído para tirar o melhor partido possível da sua localização sobre o Douro e a cidade do Porto.

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Porto à noite, visto a partir do The Yeatman. © Espiral do Tempo / Miguel Seabra

Tal como o Porto, também Dresden, cidade tão determinante no arranque da história da Lange & Söhne, está umbilicalmente ligada a um rio  no caso, o Elba. Com uma grande diferença, no entanto: a ligação ao mar que o Porto tem. E que Portugal, evidentemente, também tem, contrastando com a zona da Saxónia onde fica sedeada a prestigiada manufatura germânica. Mas, como se pode constatar pelas imagens, não há dúvida alguma que qualquer relógio Lange & Söhne combina de maneira perfeita com a Cidade Invicta! ET_simb

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