A propósito do Campeonato Europeu de Futebol Feminino 2025, no qual a Hublot foi a cronometrista oficial, relembramos o modo como a marca fez do desporto rei um eixo central de comunicação. Em causa estão parcerias com as grandes competições, relógios oficiais e uma variada rede de amigos e embaixadores, incluindo Ada Hegerberg e Aitana Bonmatí.
O que têm em comum a relojoaria e o futebol? À partida, muito pouco. Mas Stephan Lichtsteiner, antigo capitão da seleção suíça, tem outra forma de ver as coisas. Há alguns anos, numa entrevista à Reuters, o ex-futebolista referia que, «no futebol, se uma equipa não for perfeita, não vai ganhar. E o mesmo se passa com um relógio, se tudo não estiver perfeitamente no seu lugar, o relógio não vai funcionar». Foi com esta visão que, depois de pendurar as chuteiras, Lichtsteiner decidiu mergulhar no mundo da relojoaria, com uma formação na Maurice de Mauriac. A escolha não foi fruto do acaso. Além de uma paixão pessoal, trata-se de uma área na qual a longevidade profissional não está tão condicionada pela idade como acontece no futebol. Lichtsteiner tornou-se assim numa espécie de embaixador informal da marca e, mais do que isso, um símbolo da ponte entre duas áreas aparentemente tão distintas.

Relógios e futebol
Embora muitas marcas continuem a centrar a sua comunicação nos produtos que oferecem, é comum associar valores e qualidades humanas a esses mesmos produtos. No universo da alta relojoaria, essa estratégia manifesta-se, entre outras formas, através da escolha de embaixadores e o desporto, em muitos casos, revela-se o palco ideal para essa aposta. Neste sentido, é habitual vermos atletas a bater recordes com relógios bem visíveis no pulso, como forma de sublinhar atributos técnicos como leveza, resistência ou precisão.

Rafael Nadal com a Richard Mille, Noah Lyles com a Omega ou Stephanie Gilmore com a Breitling são alguns exemplos desta abordagem, já outros, destacam os seus relógios fora do campo de ação, como aconteceu com Roger Federer quando anunciou o fim da carreira com um Rolex Daytona no pulso ou surgia anos a fios com relógios Rolex no momento de elevar a taça.
No futebol, porém, essa relação assume contornos diferentes. Muitas figuras do desporto-rei são frequentemente vistas a usar relógios de luxo tanto em contextos profissionais quanto pessoais, mesmo sem vínculos publicitários formais. Este fenómeno revela que o futebol é terreno fértil para parcerias com marcas relojoeiras, ainda que essa aproximação tenha surgido mais tarde do que noutras modalidades tradicionalmente associadas ao luxo.

A Tudor, com a sua ligação a David Beckham, e a Franck Muller, pela pioneira proximidade ao futebol português desde 2001, são dois bons exemplos. No entanto, foi a Hublot quem mais se destacou ao transformar o futebol num verdadeiro pilar da sua estratégia de comunicação, integrando-o de forma sistemática, emocional e global. A sua presença no Campeonato Europeu de Futebol Feminino 2025 — que decorreu entre 2 e 27 de Julho, na Suíça, com a vitória da equipa inglesa — é o exemplo mais recente desta aposta.
Campeonato Europeu de Futebol Feminino 2025

Durante o Campeonato Europeu de Futebol Feminino, a Hublot garantiu uma presença bem evidente. Além da visibilidade nos ecrãs dos estádios e nos painéis do quarto árbitro, foi cronometrista dos 31 jogos do torneio, incluindo a final, em Basileia. Por sua vez, os árbitros usaram no pulso o Big Bang e Gen3, um smartwatch criado especificamente para a função, com funcionalidades como monitorização de cartões e tempo de compensação.
A marca destacou ainda dois nomes de peso: Ada Hegerberg, primeira vencedora da Bola de Ouro feminina e veterana enquanto amiga da Hublot, e Aitana Bonmatí, vencedora da mesma distinção em 2023 e 2024 que se estreia este ano como amiga da marca. Ambas usam o Big Bang One Click Joyful durante a campanha de verão da Hublot, dedicada à celebração do torneio.

Por outro lado, muitos jogadores, técnicos e comentaristas também usaram relógios da coleção Hublot durante a competição, entre eles as novidades de celebração do 20.º aniversário do Big Bang, apresentadas no Watches and Wonders.
Em campo desde 2006
A ligação entre a Hublot e o futebol começou em 2006, enquanto parceria da seleção suíça, seguindo-se o Manchester United. Mas foi em 2014, com o Mundial do Brasil, que a marca deu um passo de gigante ao tornar-se cronometrista oficial do torneio, lançando mesmo o relógio oficial da competição e estreando os agora icónicos painéis de substituições com o seu logótipo.

Nessa altura estreou também a campanha ‘Hublot Loves Football’, com figuras como José Mourinho, Pelé, Sepp Blatter, Luís Felipe Scolari, Roy Hodgson e Falcão Garcia. O conceito visual assentava numa bola de futebol personalizada pelo artista Romero Britto, usada também como estojo exclusivo para o relógio do Mundial.
Com Ricardo Guadalupe ao leme, o compromisso com o futebol tornou-se bem claro nessa altura. Para o ex-CEO da Hublot, que no ano passado esteve em Lisboa para a inauguração da boutique da marca e se fez acompanhar de figuras do futebol luso na festa que se seguiu, o desporto-rei encerrava valores técnicos e humanos que refletiam na perfeição o ADN da marca: precisão, paixão, dedicação e universalidade. Desde então, a Hublot tem vindo a reforçar a sua posição como cronometrista oficial dos principais campeonatos da modalidade da FIFA e da UEFA e de clubes de renome, incluindo, atualmete, o AFC Ajax Amesterdam, após outras associações que incluiram uma parceria com o Sport Lisboa e Benfica.

Além disso, há ainda os protagonistas. Hoje, Kylian Mbappé é o embaixador principal da marca entre os as vedetas em atividade, acompanhado por uma equipa variada de ‘amigos Hublot’ que inclui técnicos como Didier Deschamps, Gareth Southgate e o selecionador português Roberto Martínez, bem como craques do presente século já retirados como Sami Khedira, Alex Morgan, Luís Figo e David Trezeguet, entre outros, para além das duas jogadoras anteriormente referidas.
Mas, como explicou recentemente Julien Tornare, atual CEO da Hublot, há mais para além do futebol: «Há muito que podemos fazer juntos para promover não apenas o futebol feminino, mas também para realizar grandes feitos fora dos campos. A fusão da Hublot e do futebol tem um enorme poder e, juntos, podemos alcançar novas alturas, causando um impacto positivo e duradouro na vida das pessoas em todo o mundo.»

Afinal, o futebol pode falar relojoaria. E a relojoaria pode falar futebol. Stephan Lichtsteiner percebeu isto quando decidiu passar do campo de futebol para os ateliers de relojaria.; já a Hublot meteu-se literalmente em campo, jogando não só com grandes vedetas, mas também com todos aqueles que vibram intensamente com o desporto-rei.

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por Miguel Seabra