Famosa pela combinação cromática do preto com o branco e pelo lançamento do emblemático J12 em cerâmica nessas duas cores primárias, a Chanel apostou este ano fortemente no azul com múltiplas versões do J2 Bleu e as especialidades J12 Bleu Diamond Tourbillon e J12 X-Ray.
No Watches and Wonders 2025, em Genebra
É considerado um dos primeiros ícones relojoeiros do século XXI e começou por personificar cromaticamente o fascínio de Coco Chanel pelo branco e pelo preto. O J12 nasceu em 2000, completamente em cerâmica negra; a versão branca surgiu três anos depois e foi ainda mais revolucionária na sua espetacularidade alva. No ano do seu 25.º aniversário, foi introduzido em múltiplas versões azuis durante o recente salão Watches and Wonders — sob a batuta do diretor criativo Arnaud Chastaingt e metaforicamente envolvido na fragrância do excelente perfume Bleu de Chanel, cujo frasco é de uma tonalidade azul profunda.
Chanel J12

Arnaud Chastaingt supervisionou a atualização do J12 tendo em vista o seu 20.º aniversário, com o discreto afinar de todos os pormenores estéticos e proporções — juntamente com a adoção de um novo movimento desenvolvido com a manufatura Kenissi para os modelos de base a partir de 2019. Mas o designer original foi Jacques Hellou, que desenhou o J12 para ele próprio: um relógio de homem, mesmo que depois as mulheres se tenham também apoderado dele. Concebeu o J12 totalmente preto e, de certo modo, isso fez com que o J12 se tornasse unissexo logo à partida. Sem esquecer que as novas gerações têm uma abordagem diferente à temática do género e menos preconceitos sobre o que é masculino e feminino — algo que até é muito Chanel (a própria Coco Chanel gostava de se disfarçar e vestir como um homem).

O J12 era completamente diferente de tudo aquilo que existia quando surgiu de rompante, no virar do milénio: pensado como um desportivo, mas muito parisian chic; de nome inspirado numa classe de regatas, mas de personalidade tão urbana; elegante, mas pensado para uso diário; extremamente técnico, mas feito para ser simples; universal, mas muito ao gosto pessoal; idealizado para um homem, mas cobiçado pelas mulheres.

Todos esses paradoxos, que surgiram logo com o primeiro modelo de cerâmica preta em 2000 e se tornaram ainda mais patentes quando apareceu a variante de cerâmica branca em 2003, estão igualmente omnipresentes nos novos relógios em cerâmica mate azulada — uma cor completamente distinta, mas que não perturba a reconhecida personalidade do J12. Aqui ficam os modelos em edição limitada apresentados em Genebra:
J12 Bleu
O J12 Bleu é um pouco a personificação do perfume Bleu de Chanel: intenso. Com uma estrutura em cerâmica mate numa tonalidade de azul especificamente pensada para a sua linha relojoeira, prolonga a fama da griffe parisiense na confeção de modelos em cerâmica altamente resistente e à prova de risco — concebidos na manufatura Châtelain que a marca estabeleceu em La Chaux-de-Fonds. A cerâmica tem oferecido um campo criativo e mesmo recreativo para a Chanel, que desenvolveu criteriosamente e pacientemente a nova tonalidade ao longo de cinco anos… até conseguir o azul desejado. Arnaud Chastaingt diz mesmo que sonhou com um preto iluminado de azul e que o tom alcançado foi uma espécie de epifânia — um azul que é quase preto e que também pode ser um preto quase azul. No total, o conceito J12 Bleu divide-se em quatro tamanhos e nove variações consoante o grau joalheiro.

O mais simples é o J12 Bleu de 38mm — o modelo ‘essencial’ de base, totalmente em cerâmica e sem pedras preciosas… mas com a luneta em cerâmica adornada como se tivesse baguetes. É alimentado pelo Calibre 12.1 de corda automática com 70 horas de autonomia e certificação COSC de precisão.

Já o J12 Bleu de 33mm ostenta 12 diamantes como marcadores das horas e o Calibre 12.2, mais pequeno, apresenta um pouco menos de autonomia — com as suas 50 horas de reserva de carga.

Depois há um par de J12 Bleu nas mesmas dimensões e com os mesmos movimentos que dá um pouco mais destaque às safiras — mais precisamente 12 safiras azuis de corte baguete que ornamentam o mostrador. O J12 Bleu de 38mm é motorizado pelo Calibre 12.1, enquanto o J12 Bleu de 33mm inclui o Calibre 12.2 — movimentos automáticos desenvolvidos pela manufatura Kenissi, da qual a Chanel é co-proprietária, com 70 horas e 50 horas de reserva de corda (respetivamente) e certificação COSC. Também com a luneta em cerâmica com padrão baguette que distingue as edições J12 Bleu.

O J12 Bleu Sapphires é uma variante de 38mm com mais quilates: um total de 58 safiras do tipo baguete na luneta e no mostrador — sendo também ele dotado do Calibre 12.1. Está limitado a 100 exemplares.

Depois há um par Mini & Maxi ainda mais joalheiro com a extensão de pedras preciosas para a bracelete — com um total de 170 safiras baguete no J12 Bleu Sapphire de 42mm e 196 safiras baguete para o J12 Bleu Sapphire de 28mm.
J12 Bleu Diamond Tourbillon
É a estrela da companhia pela sua exclusividade e por ser a bandeira do departamento de alta-relojoaria da Chanel entre as novas edições J12 Bleu de 2025. O J12 Bleu Diamond Tourbillon incorpora um turbilhão volante cujas rotações são abrilhantadas por um diamante solitário de 65 facetas situado mesmo no centro da gaiola, oferecendo uma tonalidade contrastante com o azul das 34 safiras de cor baguete que adornam a luneta. As partes laterais da caixa e da bracelete são polidas, em contraste com o acabamento mate das restantes superfícies.

O movimento de corda manual utilizado é o Calibre 5 — de 42 horas de reserva de corda, formado por 172 componentes e com o tal diamante como protagonista do dispositivo turbilhão volante. O J12 Bleu Diamond Tourbillon está limitado a uma tiragem de 55 exemplares.
J12 Bleu X-Ray
É a variante que mais destoa do tom azul profundo que carateriza as edições J12 Bleu — porque representa também um tributo à transparência.

Daí o nome: o J12 Bleu X-Ray é inspirado pelo azul do mar e do céu num dia claro e a estrutura da sua caixa não é esculpida em cerâmica, com a Chanel a optar por uma base de safira sintética com reforço em ouro branco que favorece a transparência e é devidamente complementada por 196 safiras de corte baguete com tonalidade azul clara.

O movimento utilizado no J12 Bleu X-Ray é o Calibre 3.1 de corda manual e 55 horas de autonomia, com platina e pontes em safira para reforçar a transparência e dar a ideia de que o resto do movimento flutua no ar — tal como os indicadores das horas em safira de corte baguete parecem estar suspensos no mostrador. A edição é limitada a somente 12 exemplares.
Mais informações sobre os novos relógios no site oficial da Chanel.