O conceito ‘Hybris Mechanica’ comporta o que há de mais excelente na Jaeger-LeCoultre. E a mais recente expressão desse conceito da mais alta-relojoaria aglomera oito patentes. O novo Master Hybris Mechanica Calibre 362 é um belo relógio de corda automática periférica que junta duas complicações de excelência: o turbilhão volante e o repetidor de minutos.
Por entre novidades na sua emblemática linha Reverso e num ano dedicado ao Duomètre, a Jaeger-LeCoultre desvelou recentemente mais um capítulo da sua excecional saga Hybris Mechanica: o Master Hybris Mechanica Calibre 362, que mais não é do que uma soberba atualização do Hybris Mechanica Master Ultra Thin Minute Repeater Flying Tourbillon de 2014 com as mesmas complexidades mecânicas. Na comemoração de uma década sobre esse lançamento, a Grande Maison apresenta uma nova interpretação do seu relógio repetidor de minutos ultrafino com turbilhão — numa exclusiva edição limitada de somente cinco peças em ouro branco com mostrador raiado azul profundo (dito ‘meia-noite’).
A Jaeger-LeCoultre sempre foi considerada a manufatura das manufaturas e conta com um acervo de modelos excecionais e calibres próprios riquíssimo, para além de todos os movimentos que historicamente providenciou a casas tão reputadas como a Patek Phillippe, a Audemars Piguet e a Vacheron Constantin. Mas o Calibre 362 vai além da ambição técnica e pureza estética: é mesmo um prodígio mecânico que testemunha a criatividade e habilidade relojoeira da Grande Maison. Há dez anos, por alturas do seu lançamento, era um dos relógios de pulso com repetidor de minutos e turbilhão mais finos do mundo em produção… e ainda hoje é o repetidor de minutos mais fino da coleção da Jaeger-LeCoultre.
Tem agora uma nova versão, com somente 7,8mm de espessura — algo de extraordinário tendo em conta que as duas nobres complicações são alimentadas por um calibre de corda automática que é composto por 566 peças… mas com somente 4,7mm de espessura. A solução para manter uma tão notável delgadez foi desenvolver uma massa oscilante periférica que, para além de não impor o volume suplementar de um rotor normal, não tapa a beleza do movimento.
Legado de som e precisão
Mais do que o desenvolvimento dessa rara solução de alimentação via rotor periférico, a Jaeger-LeCoultre faz brilhar o Master Hybris Mechanica Calibre 362 através da sua competente herança em duas áreas de relevo: as complicações acústicas e os movimentos de elevada precisão. No caso, a repetição minutos e o turbilhão.
Desde a criação do seu primeiro repetidor de minutos em 1875, a Grande Maison desenvolveu mais de 200 diferentes calibres acústicos, desde alarmes relativamente simples como o que é utilizado no Master Memovox até às complexas Grandes Sonneries e carrilhões Westminster. Os mestres relojoeiros da manufatura de Le Sentier têm trabalhado incessantemente para redefinir a qualidade acústica, melhorando tanto a eficiência dos mecanismos de sonnerie como a clareza do som produzido.
Por outro lado, a busca pela precisão tem sido fundamental desde os primórdios da manufatura de Le Sentier e está declinada em duas áreas principais: a precisão da produção, graças à miniaturização de componentes e desenvolvimento de calibres ultrafinos; e a precisão cronométrica, através de pesquisa e inovação no que diz respeito ao órgão regulador, incluindo o formato das espirais e diferentes formas de turbilhão — e ainda este ano lançou um novo Master Ultra-Thin Tourbillon.
E depois há toda a dimensão estética inerente ao discreto charme da Jaeger-LeCoultre. A história da relojoaria ultrafina da Grande Maison advém da sua filosofia de casar a sofisticação técnica com o refinamento estético. O conceito Hybris Mechanica, estreado em 2009 quando Jérôme Lambert era CEO da marca, é a demonstração suprema da excelência da Grande Maison.
Obra-prima superpatenteada
O Calibre Master Hybris Mechanica 362 engloba oito patentes distintas. Duas para invenções anteriores relacionadas com mecanismos de carrilhão — gongos de cristal (2005) e martelos trebuchet (2009) — e seis para invenções desenvolvidas especificamente para o relógio: balanço volante; balanço volante num turbilhão volante; espiral em forma de S; curso de corda fixo no repetidor de minutos; botão retrátil para acionamento do repetidor de minutos; redução do lapso de tempo silencioso no repetidor de minutos.
Alcançar o objetivo de mínima espessura exigiu uma reformulação completa do órgão regulador e, especificamente para o Calibre 362, a Jaeger-LeCoultre desenvolveu e patenteou uma nova forma de turbilhão volante — equipado com um balanço volante. A estrutura também exigiu uma reformulação da mola do balanço e o resultado é a espiral patenteada em forma de S, fixada acima do volante, à vista. Além de reduzir a espessura total do calibre, desencaixar o turbilhão permitiu um balanço maior, que, com a taxa de oscilação de 21.600vph (excecionalmente rápida num movimento turbilhão com um balanço tão grande) cria maior estabilidade e, portanto, aumenta a precisão cronométrica. Não se trata apenas de um feito técnico; o design do turbilhão volante traz consigo um benefício estético claro: sem ponte ou gaiola superior, não há impedimento visual para a exibição da sua hipnótica dança mecânica.
Para proporcionar ao usuário a comodidade da corda automática, o Calibre 362 exigiu que os relojoeiros da Jaeger-LeCoultre repensassem o design do rotor e massa oscilante, que normalmente ficam no topo do movimento e do lado do fundo, acrescentando espessura. A solução foi desenvolver uma massa oscilante periférica, algo de raro num relógio de pulso tão complicado. Confecionada com uma secção em platina para criar o peso necessário e montada sobre rolamentos de esferas de cerâmica para garantir uma livre rotação, com atrito mínimo. O posicionamento do rotor também traz benefícios estéticos: pode ser observado através das ranhuras ao redor do mostrador enquanto gira, acrescentando animação visual, ao mesmo tempo que desimpede a visão do movimento através do fundo transparente em vidro de safira.
No que diz respeito ao som, gongos de cristal e martelos trebuchet melhoram a qualidade do carrilhão. Fixados diretamente no vidro do relógio, os gongos transformam o cristal de safira num ressonador, explorando as qualidades acústicas superiores desse material. Os martelos articulados recuperam a grande maioria da energia perdida na construção tradicional do repetidor de minutos, permitindo assim um toque de força sem precedentes. Para mais, os relojoeiros da Jaeger-LeCoultre introduziram uma nova invenção: a redução do compasso de espera silencioso. Integrado no trem da sonnerie, reduz a pausa entre o toque das horas e dos minutos quando não há quartos de hora para serem tocados. Num repetidor de minutos tradicional, quando não há quartos a serem tocados, há uma longa pausa entre os toques das horas e dos minutos; esse subterfúgio técnico diminui o silêncio e toca os minutos rapidamente após soar a hora.
Relativamente à arquitetura do relógio, foi desenvolvido e patenteado um novo mecanismo para ativar o repetidor de minutos: um discreto botão de desbloqueio às 8 horas na parte lateral da caixa e um botão retrátil às 10 horas. Quando o botão de travamento é movido, o botão retrátil sai; quando esse botão é pressionado, o mecanismo de percussão é ativado e o botão permanece recuado até ser ativado novamente, preservando assim as linhas puras da caixa redonda. Este sistema de ativação de repetidor também promove um melhor desempenho de estanquidade, permitindo que a caixa se torne mais facilmente resistente à água. Os repetidores de minutos suficientemente resistentes à água são raros, e o Master Hybris Mechanica Calibre 362 é resistente a 30 metros.
Azul sobre ouro
Com 41 mm de diâmetro e apenas 7,8 mm de espessura, a caixa do Master Hybris Mechanica Calibre 362 foi inspirada na elegância dos relógios de bolso ultrafinos da Grande Maison do início do século XX — em particular o relógio de bolso Couteau (faca) de 1907. Foi escolhido o ouro branco devido às qualidades acústicas superiores do metal e, na nova interpretação do relógio, o mostrador raiado azul ‘meia-noite’ contrasta perfeitamente com a luneta, a caixa e as asas polidas à mão. Contra o fundo azul profundo, a simplicidade das indicações do mostrador também presta uma subtil homenagem aos históricos relógios de bolso da Jaeger-LeCoultre: ponteiros Dauphiné alongados, horas marcadas com bastões simples e minutos marcados com pontos brancos.
Do lado do movimento, os acabamentos da alta-relojoaria são abundantes, incluindo Côtes de Genève em certas pontes e anglage à mão, mesmo nos ângulos internos — testemunho da habilidade dos artesãos do atelier Métiers Rares da Jaeger-LeCoultre. Outra evidência dessa atenção aos detalhes vê-se no lado do mostrador, onde secções da massa oscilante periférica foram delicadamente decoradas para serem devidamente apreciadas através dos orifícios.
O Calibre Master Hybris Mechanica 362 é um testemunho eloquente da busca perpétua da Manufatura em expandir os limites da inovação relojoeira — e é mais um capítulo que se junta à brilhante saga Hybris Mechanica, três anos depois do excecional Reverso Hybris Mechanica Calibre 185 Quadriptyque e das suas 11 complicações.
Algumas caraterísticas técnicas:
Jaeger-LeCoultre
Master Hybris Mechanica Calibre 362
Referência | Q1313581
Edição limitada a 5 exemplares
Ano de lançamento | 2024
Movimento | Mecânico de corda automática Calibre 362. 42 horas de reserva de corda. 3Hz de frequência (21.600 alt/h).
Funções | Horas, minutos, turbilhão, repetição de minutos.
Mostrador | Azul profundo, raiado.
Caixa Ø 41mm | Ouro branco 750/1000 (18 quilates). Vidro de safira em ambos os lados. Espessura: 7,8mm. Estanque até 3 bar/30 metros. Fundo transparente.
Correia | Aligátor azul com forro de aligátor de escamas pequenas.
Preço | Sob consulta.
